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segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Bertrand Russel e seu Equivoco sobre sua ‘refutação’ da Causa Primária


Bertrand Russel diz em seu Livro ‘Porque não sou Cristão’: ‘Posso dizer que quando era jovem e debatia muito seriamente em meu espirito tais questões, eu, durante longo tempo, aceitei o argumento da Causa Primária, até que certo dia, aos dezoito anos de idade, li a Autobiografia de John Stuart Mill, lá encontrando a seguinte sentença: ‘Meu Pai ensinou-me que a pergunta ‘Quem me fez?’ não pode ser respondida, já que sugere imediatamente a pergunta ‘Quem fez Deus?’, essa simples sentença me mostrou como ainda hoje penso, a falácia do argumento da Causa Primária.

Se tudo tem de ter uma causa, então Deus deve ter uma causa. Se pode haver alguma causa sem uma causa, pode muito bem ser tanto o mundo como Deus, de modo que não pode haver validade em tal argumento.’

Primeiramente, o equivoco de Bertrand se baseia de que uma Causa Primária é incontestável, porém tal ponto não oferece qualquer validade sobre a existência de qualquer Deus. O que de fato, deixará muito teísta chateado e curioso ao mesmo tempo para ver aonde chegarei com este argumento.


William Lane Craig, assim como muitos teístas e apologistas, hoje possuem uma visão muito diferente sobre Deus, por exemplo, Craig afirmou que deus não é infinito em tamanho mas infinito em poder.

Porém, a iência está em caminho de uma resposta ainda mais intrigante sobre a existência de Deus, da qual a Causa Primária pode não ter nada a ver com Deus. Palavras como do ‘nada’ algo veio a existir, hoje está sendo substituída por ‘ainda não podemos explicar o que o que consideramos o nada seria’, em outras palavras, a palavra ‘nada’ é uma expressão para conotar que ‘não sabemos o que tem ali’.

Segundo a Teoria Do Big Bang, nada pode vir do ‘nada’, tanto que o Big Bang não surgiu do nada, hoje a ciência tenta explicar o processo que levou até que o Big Bang ocorresse. Nesta explicação, Deus como mencionado pelos teístas não é necessário.

Para compreendermos melhor este argumento da Estrutura contra Deus, vamos analisar alguns pontos importante.

1.                      Se dissermos que Deus é infinito em tamanho.

Se dissermos que Deus é infinito em tamanho, isso constitui que o universo ao qual estamos faz parte de deus, porém tal ideia está em contraste com a qual os teísta tanto alegam, principalmente que deus é algo como uma ‘pessoa’, sentado em um trono, esperando para levar seus filhos para casa, o que demonstra que o que os teístas dizem sobre Deus, demonstra que Deus não pode ser infinito em tamanho.

Porém, essa é a parte importante. Vamos analisar as implicações do que dissemos acima:

a)                      Se Deus não é infinito em tamanho, então algo deve ser infinito em tamanho. Se não é Deus, então temos uma estrutura infinita em tamanho.

b)                     Se deus não é infinito em tamanho, o mesmo não pode ser onisciente, onipresente e nem onipotente.

Acredito que está parte é bem fácil de explicar. Se uma determinada estrutura é infinita em espaço, então ela continuará para o infinito e muito além, já que é algo eterno e sem fim.

Isso implica que quando dissemos que Deus sabe de todas as coisas, estamos cometendo um erro. Se Deus sabe todas as coisas, significa que está estrutura tem um fim, porém, é impossível fazer tal afirmação, já que a mesma levaria a existência de outra estrutura que seja infinita onde a estrutura anterior seja finita. De qualquer forma, não é possível afirmar que Deus é um ser que sabe todas as coisas, pois todas as coisas são números que jamais possuem fim, são infinitas, impossíveis de ser contado. Quando pensar que conseguiu ir longe, imagine um número 100 vezes maior, quando conseguir imaginar este número, continuar a multiplicar e multiplicar e perceberá que, não importa o quanto multiplique jamais chegará a um fim.

Afirmar que Deus sabe todas as coisas, está em oposição a uma estrutura infinita, o que não passa de um engano teísta, o correto seria melhor afirmar que Deus sabe todas as coisas em nosso universo, porém não sabe todas as coisas sobre está estrutura infinita.

Como consequência Deus não seria onipresente , não estando em todos os lugares, já que aqui temos algumas implicações:

Ø     Se Deus estiver em todos os lugares, então deus e a estrutura são a mesma coisa, porém, conforme aquilo que os teístas dizem, deus não pode ser uma estrutura, pois uma estrutura não possuí um propósito, e Deus possuí um propósito ao fazer qualquer coisa. E chegaríamos a conclusão de que Deus e a Estrutura não são compatíveis.

Ø     Se Deus não pode estar em todos os lugares, o mesmo não é onipresente. Ele pode estar em muitos lugares, mas não pode estar em um infinidade de lugares.

Como consequência também, Deus não pode ser onipotente, já que um ser que não pode estar em todos os lugares e nem saber todas as coisas, não pode fazer todas as coisas. Este Deus poderia fazer muitas coisas, mas não uma infinidade de coisas.

2.                      Se dissermos que Deus criou o universo, automaticamente somos obrigados a aceitar a existência de uma estrutura da qual Ele tenha ‘tirado’ algo para que o universo pudesse existir.

Em outras palavras, o Ato da Criação, obriga e exige a existência de uma Base, de uma Estrutura da qual o universo possa vir a existir. Deus não fez algo do nada, pois sabemos que o nada é apenas um erro baseado em nossa ignorância por não saber o que algo é, então chamamos o que não sabemos de ‘nada’. Muitos livros sagrados, acredito que a grande maioria se não todos, possuem o mesmo nível de ignorância e falta de conhecimento sobre o que seria este nada.

Este ponto da argumentação diz que Deus depende da estrutura para criar algo, e está estrutura não depende de Deus para existir.

3.                      Se a estrutura não necessita da existência de Deus, o caminho que sobra é dizer que o mesmo não é necessário.

Porém, nada é tão simples quanto parece. Temos que analisar dois pontos importantes, principalmente ao concordarmos que a essa estrutura não tem fim, ou seja é eterna, não importa o que aconteça:

Ø     Ou a estrutura existe e não necessita de deus ou
Ø     Deus e a Estrutura coexistem em harmonia.

Ao afirmarmos a primeira opção, temos a confirmação de que o homem Criou Deus a sua imagem e semelhança, o que pode ser explicado por diversos processos cerebrais que personificam uma imagem divina ou algo parecido. O que importa aqui é a ideia que ganha valor pessoal.

Porém na segunda opção temos uma contradição e o que demonstra que a primeira opção é verdadeira.

Segundo os teístas e segundo o argumento que diz que não é necessário dois seres com poderes idênticos para criar o universo, é necessário somente um e nada mais.

Porém como vimos a estrutura pode existir sem a necessidade de Deus e a estrutura assim como deus podem ser vistos como:

Ø     A Causa primária : Uma Causa primária com ou sem propósito, não deixa de ser uma Causa primária.
Ø     Ambos seriam eternos.
Ø     Ambos seriam infinitos em poder.
Ø     A estrutura seria infinita em tamanho, Deus não é infinito em tamanho.
Ø     A estrutura está em todos os lugares, Deus não pode estar em todos os lugares.
Ø     Ambos possuem o poder para criar o universo.
Ø     Ambos são Atemporais.
Ø     Ambos podem ser o Primeiro motor.

Seguindo a lógica teísta de que é necessário somente um ser, analisando os pontos acima, somando-os, podemos observar que a estrutura tem algumas características que são necessárias e Deus não. Seguindo a Navalha de Occam, da qual a opção que melhor explica duas situações divergentes, está opção tende a estar certa.

Segundo a questão de necessidade e a Navalha de Occam, temos que excluir Deus da equação. A Melhor resposta que se encaixa como Causa Primária e como Primeiro Motor, é a Estrutura. Deus não é necessário como Causa Primaria.


A questão para os teístas agora é que se existe um Ser, poderoso o suficiente que tenha um propósito em criar a vida, já que criar o universo o mesmo não é necessário. Porém, isso nos leva a questão de quem criou este deus e novamente iriamos concluir que este ser também é provido desta estrutura.
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Item Reviewed: Bertrand Russel e seu Equivoco sobre sua ‘refutação’ da Causa Primária Rating: 5 Reviewed By: Gabriel Orcioli