Analisando o argumento, tem enorme valia, o problema é que
no universo, não existe a palavra ‘nada’. Está palavra é utilizada para
descrever aquilo que não conhecemos enquanto não conhecemos.
Do mesmo modo que é utilizada a palavra ‘deus’.
Qualquer pessoa sensata, dotada de razão, compreende o que
de fato essas palavras querem dizer e também compreendem seu real significado.
A palavra ‘nada’ e ‘deus’ provem da ignorância dos antigos
sobre aquilo que não podiam explicar. Para tudo que não podia ser explicado,
palavras eram utilizadas para tampar a brecha.
É por isso que o famoso aforismo de Lucrécio nada surge
do nada (Ex nihilo nihil) é de uma certeza e de uma evidência manifesta.
Ou seja, se o nada é algo que ainda não conhecemos e também
não podemos explicar, isso não quer dizer que no ‘nada’ seja justamente isto.
Não existe qualquer lugar em nosso universo, que possa ser chamado de nada.
Logo, não é possível fazer qualquer afirmação de que o nada exista.
Analisando o deus bíblico, a palavra criar é utilizada como
pegar diversos elementos e mistura-los, soprando o folego de vida, do qual
tornou o homem do barro, em um ser vivente.
Quando a palavra criar é utilizada para deus, devemos analisar
o contexto a ser utilizado. Neste caso, possuí dois significados:
>A criação a partir de elementos
existentes.
>A criação a
partir do nada.
O primeiro caso, é tudo o que vemos ao nosso redor. No
segundo caso, é tudo aquilo que não pode simplesmente ser explicado (no
momento) pelo conhecimento atual. Bem, sabendo que o ‘nada’ é uma expressão
vaga e sem sentido, o universo de fato com o passar do tempo veio a surgir e a
ser o que é hoje. Logo não vemos a necessidade do ato de criar a partir do
nada.
Neste caso, mesmo que deus tenha criado o universo, isso não
implica que o mesmo tenha que o criar justamente do nada. Isso porque o nada
não existe. O nada é algo que ainda não compreendemos ou podemos explicar.
Este argumento não tem validez para evidenciar que de fato,
deus não exista, apenas é um argumento que afirma que o nada não existe, e que
se deus existir, este tem que ter feito o universo a partir de algo já
existente.
Isso prova a existência de deus ou sua inexistência¿ Não.
Isso encerra o que este argumento afirma.
2.
Argumento: O ‘puro espirito’ não podia
determinar o universo
Todo o argumento é uma contradição em si.
Em primeiro lugar para afirmar que o puro espirito não possa
determinar o universo, é preciso primeiro aceitar que ‘puros espíritos’
existam. E se somos obrigados a admitir que puros espíritos existam, portanto
somos obrigados a aceitar que eles podem determinar o universo.
Em segundo lugar, o argumento é baseado em ‘nosso’ universo,
e não é baseado na teoria do multiverso, ou seja, o argumento é somente válido
em nosso universo. Ou seja, pode ser aplicado a qualquer outro universo, o que
também nos levaria diretamente na questão de que o espirito pode determinar
outros universos. Isso levantaria a questão: porque estes espíritos não
poderiam determinar nosso universo?
Em terceiro lugar, o autor deste argumento utiliza-se da
matéria como principal fonte de seu recurso materialista para chegar a
conclusão lógica. Bem, como então podemos explicar as ideias¿
As ideias não são feitas de matéria, a ideia não suporta
nenhuma aliança material. Uma ideia não tem forma nem corpo, nem linha, nem
matéria, nem proporções, nem extensão, nem dureza, nem profundidade, nem
superfície, nem volume, nem cor, nem som, nem densidade e mesmo assim ela existe.
Neste caso, chegamos a conclusão de que as ideias, somente
podem existir, onde certos aspectos da matéria unidas possam formar sistemas
complexos capazes de criar ideias.
Aqui entramos em um problema antigo:
Ø
Ou Deus proveu toda a matéria do universo
Ø
Ou Deus faz parte da matéria assim como as
ideias.
Assim como uma ideia existe, e não pode ser medida através
de nenhum conhecimento no universo, para deus segue-se o mesmo raciocínio.
Analisando os pontos mencionados acima, chegamos a conclusão
de que este argumento, não é valido como ‘provas’ da inexistência de deus.
Para finalizar o autor diz que o ato da criação não existe,
como eu disse no argumento anterior, este é um problema simples de
interpretação, o ato criar, pode ser tomar diversos objetivos e criar um objeto
novo. Assim como um carro é fabricado, do qual antes era apenas objetos
separados em milhares de partes.
Criar pode ser interpretado de formas diferentes, pois quem
fabricou o carro, pode também dizer que o criou, e de fato, isso não seria
contestado.
Visto que dizer que puro espirito não possa criar o
universo, é o mesmo que aceitar que puros espíritos existam, do qual não existe
qualquer forma de demonstrar que espíritos não existam. Isso porque as ideias
podem ser classificadas na mesma categoria dos puros espíritos, da qual mesmo
assim, as ideias existem além do mundo material.
3.
Argumento: O perfeito não pode produzir o
imperfeito
Uma forma de demonstra o problema neste caso, é que, a
palavra ‘imperfeito’ (negação de perfeito) somente pode existir se a palavra ‘perfeito’
existir. Em outras palavras, a palavra, perfeito oferece significado à palavra
imperfeito.
Levando esse exemplo para algo chamado deus. Nós seriamos
sua criação (imperfeita) da qual somente poderia existir se algo (perfeito)
existisse primeiro. Ou seja, pelo fato da criação ser uma imagem de deus,
portanto, essa imagem seria imperfeita. Provando que do perfeito é possível
produzir o imperfeito.
Aqui eu levanto uma questão: O universo é imperfeito? e se é
imperfeito, na visão de quem?
O universo é imperfeito. O universo é perfeito.
Somente um tolo teria coragem de admitir qualquer uma delas.
Como sabemos que o universo é imperfeito se não baseado em nosso raso
conhecimento¿ afirmar que universo é
perfeito nos leva ao mesmo problema, do qual seria baseado em tudo que conhecemos e sabemos.
Ora o universo não pode ser considerado como perfeito ou
imperfeito, pela visão homens, isso porque homens não podem replicar o
universo, pois isso seria necessário que o homem fosse absoluto e perfeito. Se
o homem fosse perfeito e absoluto, capaz de criar universos, esses universos
seriam réplicas da qual surgiu daquilo que é perfeito, da mesma forma que uma
obra de arte é copiada para ser idêntica a original. Da qual jamais poderá ser,
não importa o que seja feito nela.
O universo provido de uma perspectiva humana nos levará a
erros.
Mais uma vez, este argumento não demonstra de forma alguma
que deus não possa existir ou existir a partir de perspectivas humanas sobre o
que seria a perfeição ou imperfeição. Não é possível saber se o universo é
perfeito ou não, baseado em todo o conhecimento que possuímos até o momento.
4.
Argumento: Deus ativo, necessário e eterno.
a) Ou Deus foi eternamente ativo e eternamente necessário ou
só chegou a sê-lo por causa da criação (e, se é assim, antes da criação
faltavam a este Deus dois atributos: a atividade e a necessidade; este Deus era
um Deus incompleto; era só um pedaço de Deus e mais nada, que teve necessidade
de criar para chegar a ser ativo e necessário, e completar-se).
b) Ou Deus é
eternamente ativo e eternamente necessário, e neste caso tem criado
eternamente.
O que é algo ativo?
Quando uma luz está ligada, podemos dizer que ela está
‘ativada’, funcionando, quando apagamos a luz, ela perde sua função, mas não
deixa de existir.
Levando este exemplo para algo ainda maior como no caso de
deus, é fácil observar que ele não precisa estar a todo momento ativo, ele pode
estar ‘inativo’, sendo apenas eterno.
Se deus em algum momento deixou de ser ativo, isso não
implica que este seria um deus inútil e supérfluo como o autor do argumento
afirmar. Somente que é necessário, temos que questionar, ao que seria essa
afirmação.
Ele seria necessário para a escuridão eterna antes da
existência do universo ou ele era necessário para manter a escuridão eterna
antes da existência do universo?
Não importa como tentamos responder essa pergunta, podemos
afirmar claramente duas coisas:
a)
Deus é eterno.
b)
E na questão após, ou antes, da criação do
universo, deus poderia muito bem estar
inativo, sem perder sua característica de necessário.
Somente porque minha mãe desapareceu ou se tornou ‘inativa’
isso não quer dizer que ela vá deixar de ser necessária. O mesmo raciocínio
vale ao levarmos para deus. Somente porque ele estaria inativo, isso não quer
dizer que ele não exista, ele apenas está inativo.
5.
Argumento: O ser imutável não criou
Segundo o argumento sobre o conceito de deus, é necessário
fazer uma separação aqui, entre o projetista e qualquer deus ideológico.
O ‘querer’ gera necessidade, necessidade é uma oposição a
onipotência. Já que um deus onipotente não pode de forma alguma possuir
necessidades. Essa questão está ligada diretamente ligada ao ser imutável.
O problema é que, este argumento somente serve para ser utilizado
contra qualquer deus ideológico do qual dizem ser imutável, por outro lado não
tem grande valia quando conversamos sobre um projetista imutável.
Isso porque não existe qualquer informação, prova ou relato,
sobre o mesmo de que este ser é mutável. De fato, todo o nosso universo pode
ter surgido sem qualquer indícios de emoções, desta forma, o mundo veio a
existir não de qualquer necessidade.
Não existe emoções na criação por parte de um projetista,
isso quer dizer que não existe querer ou não querer, de fato, essas palavras
não fazem sentido para um ser imutável. Algo imutável não precisa de nomes,
apelidos, palavras ou de qualquer conhecimento. Ele é eterno e não se preocupa
com a eternidade. Está fora do tempo, e não se preocupa com o tempo. É imutável
e não se preocupa em se manter uma único ser.
Não existe qualquer forma de demonstrar a ligação entre um
projetista e o mutável, de forma a declarar que o projetista é um ser mutável e
não existe.
De fato, este argumento serve para deuses personificados,
dos quais possuem necessidades como adoração e a necessidade de ser idolatrado.
Todo ser que precisa ser idolatrado e adorado, possuí necessidades, todo deus
que possua necessidades não pode ser onipotente, um deus que não pode ser
onipotente não pode existir. Não seria eterno e muito menos imutável, por isso
que os deuses ideológicos são uma fraude, mas não podemos afirmar o mesmo sobre
um projetista, pois sobre o mesmo não temos qualquer informação.
Este projetista é o Deus de Spinoza e Einstein.
6.
Este argumento é uma extensão do argumento 5.
Deuses ideológicos criam com algum motivo, como adoração ou
necessidade, por outro lado, seria impossível ver qualquer motivo da existência
ao procurarmos uma razão em um projetista, isso porque não existe qualquer
informação sobre o mesmo. Portanto não é possível fazer qualquer afirmação
sobre o mesmo, pois o resultado sempre seria o mesmo: Jamais saberíamos.
7.
O argumento sete, não evidencia que deus não
exista, apenas é uma afirmação de que deus ideológicos não podem existir. Não
existe razão de utilizar este mesmo argumento em relação a um projetista.
Simplesmente não faz sentido.
Isso porque não existe qualquer informação sobre um
projetista e muito menos sobre um governador, portanto não se pode fazer
qualquer afirmação ou suposição.
8.
Este argumento é falho quando utilizamos o
argumento sobre o Conceito de deus.
O autor está apenas provando uma coisa com tal ponto de
vista, de que nenhum deus ideológico é verdadeiro, mas afirmar que todos os
deuses não existem é de fato má fé.
Segundo o argumento utilizado pelo autor, novamente não
temos informações da qual possa se basear o deus de forma pessoal ou sobre o
projetista. Estes dois escapam ao cálculos utilizados neste argumento.
O oitavo argumento falha ao dizer que um projetista não
existe, mas é certeiro ao dizer que nenhum deus ideológico existe. O argumento
sobre o conceito de deus, demonstra isso.
9.
O autor comete um equivoco infantil sobre a
existência de deus.
Segundo o autor, o inferno é a prova de que um deus
totalmente bondoso não existe, mas quais deuses ele não está levando em
consideração?
Bem, sabemos que o inferno é uma questão que está
intrinsecamente ligada ao cristianismo, isso quer dizer que, qualquer outra
forma de deus ao qual não existe o inferno o argumento então se torna válido.
ERRADO.
Primeiramente porque não se pode fazer qualquer afirmação
sobre um projetista. Nem que este é totalmente bom ou não.
Em segundo lugar, este argumento é contra qualquer deus que
seja aceito como totalmente bondoso, ou seja qualquer outro deus que não seja
declarado totalmente bondoso, refuta este argumento. O Projetista por exemplo,
demonstra que este argumento não é contra a existência de deus, mas contra a
existência de qualquer deus ideológico ou pessoal, totalmente bondoso.
11. Argumento – Este argumento serve somente para deuses
ideológicos e pessoas ao qual castiga ou recompensa seus seguidores. Ou seja,
este argumento não serve como prova da inexistência de deus. O que chega a ser
uma vergonha, quando o autor o utiliza desta forma.
12. Argumento – Este argumento somente é valido para deuses
ideológicos ou pessoais, sobre um projetista, não pode-se afirmar a existência
de justiça divina, pois justiça divina por si é uma necessidade, e um deus
onipotente não pode de forma alguma possuir necessidades.
Portanto este argumento não se remete a um deus pessoal e
muito menos é válido como um argumento como prova da inexistência de deus.
Conclusão
Os argumentos utilizados até o momento servem apenas para
deuses ideológicos e pessoais, o autor não tem nenhum argumento válido contra a
existência de um projetista.
Portanto deus não foi refutado, o único deus que foi
refutado são os aceitos como personificações (deuses pessoais) e deuses
ideológicos (que possuem uma personalidade, e etc). Isto é baseado no argumento
sobre o Conceito de Deus, do qual demonstra como deus se torna uma unicidade a
partir de 3 ideias: Ideológicas, pessoais e de algum Projetista.
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