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quarta-feira, 1 de outubro de 2014

O argumento sobre a Realidade


Você sabe o que é real? Você sabe identificar o que é real ou não é real?

Um dos principais argumentos teístas é que, baseado no que sentimos é possível dizer que algo é real.

Este tipo de argumento , é utilizado em defesa da existência de Deus, da qual nos dizem que, aquilo que sentem, demonstra que aquilo que sentem é real.

Estudo sobre este assunto a um tempo já, e a conclusão não vai agradar muita gente, principalmente os teístas.



O que é real?

Está é uma pergunta muito complexa. Mas vamos tentar responder algo mais importante.
O que sentimos torna algo real?

Quando defendem com um maravilho sim, que é possível dizermos que é possível saber o que é real pelo que sentimos, eu gosto de dar um exemplo bem simples, que mexe com a imaginação daqueles que acreditam que é possível.

- Como você sabe o que é real em um sonho?

Neste aspecto o individuo não pode afirmar que não era real, pois enquanto sonhava, tudo indicava que era real. O individuo podia tocar o chão, podia  respirar, sentir o cheiro, até mesmo sentir o frio ou calor. Pode sonhar que está morrendo, pode sonhar que está caindo, pode sonhar com seus familiares, pode sonhar com um familiar que está a beira da morte, e assim por diante.

Mas nada disso é real. Tudo isso não passa de uma cópia do que consideramos realidade. Sem essa cópia das sensações do mundo a nossa volta, seria muito complicado para o cérebro fazer o individuo sonhar. Provavelmente seria uma mistura e uma bagunça de sensações tentando representar uma determinada sensação da qual é desconhecida.

Por sorte, nosso cérebro tem um maravilho banco de dados. Cada sensação que tivemos em nossa vida, está guardada ali. Um banco de dados incrível sobre faces e pessoas. Sobre o tempo, sobre a sensação de toque, o cheiro, o paladar, a audição, a visão, nosso cérebro tem um banco de dados gigantesco.  Sem esse banco de dados, todos os dias deveríamos aprender as mesmas coisas, sem decorar jamais. Intrigante.

Além de facilitar  nossa vida no mundo real, nos oferece sensações incríveis em sonhos, EQMs, Ilusões, simulações, Neuroses e assim por diante.

Aqui volto a lembrar as pessoas que dizem que o que sentimos diz que algo é real, pode ser uma tremenda enrascada. Isso porque, aquilo que sentimos é uma mão de via dupla. Pode ser de fato utilizado no mundo real, mas também é utilizado em ilusões e sonhos.

Outro aspecto intrigante é que, se o que sentimos for intensificado além do necessário,  o que sentimos gerará uma verdade absoluta. Isso mesmo.

Quando alguém passa por uma experiência de quase morte, muitos deles, mudam completamente sua vida, isso porque aquilo que eles sentem virou a razão de viver, ou seja, se tornou uma verdade absoluta para este individuo.

Mas é real? É verdadeiro?

Essa que é a pergunta intrigante. Existem diversos relatos sobre EQMs, se todos eles fossem iguais poderíamos facilmente chegar a conclusão de que o que eles passaram de fato existe. O problema é que, a maioria dos relatos, não batem entre si. Existem pessoas que acreditam em coisas totalmente opostas, mas passaram pela mesma experiência. Ou seja, podemos chegar a conclusão de que um mesmo processo é utilizado nas EQMs, um processo natural ao qual nosso cérebro tem como ferramenta.

Isso faz o individuo acreditar e sentir que aquilo que passou era real. Todas as sensações que temos aqui, foram intensificadas na EQM, o que podemos afirmar com certeza é que, se todas as sensações pertencem ao nosso mundo, então nosso cérebro através de suas ferramentas, está utilizando tudo a nosso redor, desde ideias a sensações, para gerar tal realidade.

Tenho uma frase bem interessante sobre isso:

- Quanto maior nosso amor, maior nossa decepção.

Existem outras frases como, quanto maior o individuo maior o tombo e assim por diante.
Nosso cérebro tem muito dessa dinâmica. E ao meu ver, pelo fato do individuo estar passando por uma situação de vida ou morte, nosso cérebro intensifica este momento a tal ponto, a fazer o individuo se desligar totalmente da realidade. Só que em consequência, o individuo se sobreviver, terá que viver o resto da vida, baseado naquilo que passou.

Isso é a mesma ideia de fazer alguma operação, como por exemplo, tirar um câncer maligno. Em muitos casos, existem consequências. Essa ideia é a mesma do paragrafo acima, ou seja, se nossa experiência pessoal for intensificada, ela se tornará em uma verdade absoluta, em consequência o individuo deve viver segundo está verdade, da qual é baseada naquilo que ele sente.

E aqui voltamos a pergunta inicial. Acredito que agora podemos responder a questão de forma adequada.

E a resposta é, não podemos saber o que é real ou não, baseado apenas naquilo que sentimos. Milhares de crianças possuem amigos imaginários, que com o passar do tempo desaparecem. Ou seja, enquanto o individuo sentia que o amigo imaginário era real, então o amigo imaginário era real, a partir do momento que o amigo imaginário perdeu aquilo que a pessoa sentia antes, o amigo imaginário deixou de existir aos poucos.

O mesmo acontece com a ideia de deus. Enquanto a pessoa sentir que é real, deus será real, no momento que ela começar a sentir o oposto, ela perceberá que deus não é real.

Perceba que, se o que a pessoa senti é verdadeiro, então o que a pessoa sente como oposição também é real.

Se um teísta diz que deus existe baseado no que sentimos, então sua oposição também é verdadeira, ou seja o ateísmo é verdadeiro. Mas isso é um absurdo. Portanto o sensato e correto é afirmar que se o que sentimos torna algo real, então tudo o que sentimos é real.

Amigos imaginários são reais, Fantasmas são reais, lobisomens são reais, todas as fantasias são reais pois alguém sente que elas existem.

E novamente concluímos o absurdo que é fazer está afirmação baseado no que sentimos.
A razão dos teístas afirmarem que o que eles sentem torna deus real, é por causa de outro argumento, o argumento da fé. Se o que sentimos não demonstra que algo é real ou não, logo a fé deixa de ser um argumento válido. Como eles não podem perder este argumento, então eles são obrigados a aceitar mesmo que por contradição, de que o que sentimos é real.

Eles não ligam para o absurdo em sua lógica e argumento, eles necessitam que este argumento seja validado ou tudo que eles possuem sobre deus, deixa de existir.

Isso é comum, pois qualquer individuo que possua verdades absolutas, irá  fazer de tudo para defende-las como puder, até mesmo entrando em contradição ou aceitando absurdos. Um exemplo disso basta olhar para as pessoas que matam outras pessoas por causa de uma ideologia, como por exemplo o nazismo ou a igreja na Idade da trevas.

A convicção deixa as pessoas cegas, obrigando-as a se tornarem zumbis com um único objetivo, satisfazer sua verdade absoluta acima de qualquer coisa.

O bom é que, quando a pessoa amadurece, e deixa essas insanidade de lado, este individuo passa a conviver melhor com as outras pessoas, enquanto o individuo não amadurecer, teremos um inimigo. Emoções servem para nos ajudar a viver, ter um objetivo de vida, isso não significa que as emoções tornam qualquer realidade emocional que queremos em algo real. as emoções trabalham para que algo seja necessário, faça sentido de vida, nos dê prazer e tristeza. Desta forma desejaremos viver por algo, viver por nós mesmo. As emoções são necessários para o ser humano, caso contrário não seríamos capazes de tomar uma decisões simples, nem mesmo poderíamos dizer se um determinado alimento é bom ou ruim. Não saberíamos dizer se a morte é algo bom ou ruim. As emoções não provam que algo é real, elas nos ajudam a definir o que consideramos ser real. Ela também nos ajuda a descobrirmos a realidade objetiva. 

Portanto, o que sentimos não prova nada, e se provasse, teríamos que aceitar absurdos somente para satisfazer o que sentimos, e isso não é de forma alguma aceitável.


Obrigado por ler, atenciosamente Gabriel Melo.
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Item Reviewed: O argumento sobre a Realidade Rating: 5 Reviewed By: Gabriel Orcioli