Você sabe o que é real? Você sabe
identificar o que é real ou não é real?
Um dos principais argumentos
teístas é que, baseado no que sentimos é possível dizer que algo é real.
Este tipo de argumento , é
utilizado em defesa da existência de Deus, da qual nos dizem que, aquilo que
sentem, demonstra que aquilo que sentem é real.
Estudo sobre este assunto a um
tempo já, e a conclusão não vai agradar muita gente, principalmente os teístas.
O que é real?
Está é uma pergunta muito
complexa. Mas vamos tentar responder algo mais importante.
O que sentimos torna algo real?
Quando defendem com um maravilho
sim, que é possível dizermos que é possível saber o que é real pelo que
sentimos, eu gosto de dar um exemplo bem simples, que mexe com a imaginação
daqueles que acreditam que é possível.
- Como você sabe o que é real em
um sonho?
Neste aspecto o individuo não pode
afirmar que não era real, pois enquanto sonhava, tudo indicava que era real. O
individuo podia tocar o chão, podia
respirar, sentir o cheiro, até mesmo sentir o frio ou calor. Pode sonhar
que está morrendo, pode sonhar que está caindo, pode sonhar com seus
familiares, pode sonhar com um familiar que está a beira da morte, e assim por
diante.
Mas nada disso é real. Tudo isso
não passa de uma cópia do que consideramos realidade. Sem essa cópia das
sensações do mundo a nossa volta, seria muito complicado para o cérebro fazer o
individuo sonhar. Provavelmente seria uma mistura e uma bagunça de sensações tentando
representar uma determinada sensação da qual é desconhecida.
Por sorte, nosso cérebro tem um
maravilho banco de dados. Cada sensação que tivemos em nossa vida, está
guardada ali. Um banco de dados incrível sobre faces e pessoas. Sobre o tempo,
sobre a sensação de toque, o cheiro, o paladar, a audição, a visão, nosso
cérebro tem um banco de dados gigantesco.
Sem esse banco de dados, todos os dias deveríamos aprender as mesmas
coisas, sem decorar jamais. Intrigante.
Além de facilitar nossa vida no mundo real, nos oferece
sensações incríveis em sonhos, EQMs, Ilusões, simulações, Neuroses e assim por
diante.
Aqui volto a lembrar as pessoas
que dizem que o que sentimos diz que algo é real, pode ser uma tremenda
enrascada. Isso porque, aquilo que sentimos é uma mão de via dupla. Pode ser de
fato utilizado no mundo real, mas também é utilizado em ilusões e sonhos.
Outro aspecto intrigante é que, se
o que sentimos for intensificado além do necessário, o que sentimos gerará uma verdade absoluta.
Isso mesmo.
Quando alguém passa por uma
experiência de quase morte, muitos deles, mudam completamente sua vida, isso
porque aquilo que eles sentem virou a razão de viver, ou seja, se tornou uma
verdade absoluta para este individuo.
Mas é real? É verdadeiro?
Essa que é a pergunta intrigante.
Existem diversos relatos sobre EQMs, se todos eles fossem iguais poderíamos
facilmente chegar a conclusão de que o que eles passaram de fato existe. O
problema é que, a maioria dos relatos, não batem entre si. Existem pessoas que
acreditam em coisas totalmente opostas, mas passaram pela mesma experiência. Ou
seja, podemos chegar a conclusão de que um mesmo processo é utilizado nas EQMs,
um processo natural ao qual nosso cérebro tem como ferramenta.
Isso faz o individuo acreditar e sentir
que aquilo que passou era real. Todas as sensações que temos aqui, foram
intensificadas na EQM, o que podemos afirmar com certeza é que, se todas as
sensações pertencem ao nosso mundo, então nosso cérebro através de suas
ferramentas, está utilizando tudo a nosso redor, desde ideias a sensações, para
gerar tal realidade.
Tenho uma frase bem interessante
sobre isso:
- Quanto maior nosso amor, maior
nossa decepção.
Existem outras frases como, quanto
maior o individuo maior o tombo e assim por diante.
Nosso cérebro tem muito dessa
dinâmica. E ao meu ver, pelo fato do individuo estar passando por uma situação
de vida ou morte, nosso cérebro intensifica este momento a tal ponto, a fazer o
individuo se desligar totalmente da realidade. Só que em consequência, o
individuo se sobreviver, terá que viver o resto da vida, baseado naquilo que
passou.
Isso é a mesma ideia de fazer
alguma operação, como por exemplo, tirar um câncer maligno. Em muitos casos,
existem consequências. Essa ideia é a mesma do paragrafo acima, ou seja, se
nossa experiência pessoal for intensificada, ela se tornará em uma verdade
absoluta, em consequência o individuo deve viver segundo está verdade, da qual
é baseada naquilo que ele sente.
E aqui voltamos a pergunta
inicial. Acredito que agora podemos responder a questão de forma adequada.
E a resposta é, não podemos saber
o que é real ou não, baseado apenas naquilo que sentimos. Milhares de crianças
possuem amigos imaginários, que com o passar do tempo desaparecem. Ou seja,
enquanto o individuo sentia que o amigo imaginário era real, então o amigo
imaginário era real, a partir do momento que o amigo imaginário perdeu aquilo
que a pessoa sentia antes, o amigo imaginário deixou de existir aos poucos.
O mesmo acontece com a ideia de
deus. Enquanto a pessoa sentir que é real, deus será real, no momento que ela
começar a sentir o oposto, ela perceberá que deus não é real.
Perceba que, se o que a pessoa
senti é verdadeiro, então o que a pessoa sente como oposição também é real.
Se um teísta diz que deus existe
baseado no que sentimos, então sua oposição também é verdadeira, ou seja o
ateísmo é verdadeiro. Mas isso é um absurdo. Portanto o sensato e correto é
afirmar que se o que sentimos torna algo real, então tudo o que sentimos é
real.
Amigos imaginários são reais,
Fantasmas são reais, lobisomens são reais, todas as fantasias são reais pois
alguém sente que elas existem.
E novamente concluímos o absurdo
que é fazer está afirmação baseado no que sentimos.
A razão dos teístas afirmarem que
o que eles sentem torna deus real, é por causa de outro argumento, o argumento
da fé. Se o que sentimos não demonstra que algo é real ou não, logo a fé deixa
de ser um argumento válido. Como eles não podem perder este argumento, então
eles são obrigados a aceitar mesmo que por contradição, de que o que sentimos é
real.
Eles não ligam para o absurdo em
sua lógica e argumento, eles necessitam que este argumento seja validado ou
tudo que eles possuem sobre deus, deixa de existir.
Isso é comum, pois qualquer
individuo que possua verdades absolutas, irá
fazer de tudo para defende-las como puder, até mesmo entrando em
contradição ou aceitando absurdos. Um exemplo disso basta olhar para as pessoas
que matam outras pessoas por causa de uma ideologia, como por exemplo o nazismo
ou a igreja na Idade da trevas.
A convicção deixa as pessoas
cegas, obrigando-as a se tornarem zumbis com um único objetivo, satisfazer sua
verdade absoluta acima de qualquer coisa.
O bom é que, quando a pessoa
amadurece, e deixa essas insanidade de lado, este individuo passa a conviver
melhor com as outras pessoas, enquanto o individuo não amadurecer, teremos um
inimigo. Emoções servem para nos ajudar a viver, ter um objetivo de vida, isso não significa que as emoções tornam qualquer realidade emocional que queremos em algo real. as emoções trabalham para que algo seja necessário, faça sentido de vida, nos dê prazer e tristeza. Desta forma desejaremos viver por algo, viver por nós mesmo. As emoções são necessários para o ser humano, caso contrário não seríamos capazes de tomar uma decisões simples, nem mesmo poderíamos dizer se um determinado alimento é bom ou ruim. Não saberíamos dizer se a morte é algo bom ou ruim. As emoções não provam que algo é real, elas nos ajudam a definir o que consideramos ser real. Ela também nos ajuda a descobrirmos a realidade objetiva.
Portanto, o que sentimos não prova
nada, e se provasse, teríamos que aceitar absurdos somente para satisfazer o
que sentimos, e isso não é de forma alguma aceitável.
Obrigado por ler, atenciosamente
Gabriel Melo.
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