Os Cristãos realmente acreditam
que Deus tem emoções? - A Galinha e o Ser humano
A maioria das religiões fala de um
reino além do mundo natural, um reino sobrenatural cheio de pessoas
sobrenaturais. Essas pessoas tem desejos e lealdades e outras qualidades
psicológicas humanas.
No caso do cristianismo
tradicional, os seres sobrenaturais incluem, anjos e demônios, almas humanas e
Deus em 3 pessoas, a santíssima trindade.
Mas o que é uma pessoa?
Há alguns anos a minha filha Brynn
então na 6º série, escreveu uma apaixonada redação sobre a humanidade de
galinhas.
- Galinhas deveriam ser
consideradas pessoas – Disse ela. Porque elas estão conscientes com sentimentos,
tem preferências e intenções. Elas experimentam prazer e dor, elas sabem do que
gostam, elas tem distintas personalidades.
Ela argumentava que as galinhas
deveriam ser tratadas gentilmente e que não tivessem seus bicos cortados.
O Livro ‘Science Without Bounds’ de Arthur D’Adamo. Tem uma
abordagem diferente do que o bem estar das galinhas: Ontologia, a natureza da
realidade.
O seu livro explora ontologias que
definem a realidade final, em outras palavras Deus como uma pessoa que
contrasta com aqueles que o não fizeram. O seu tratamento é profundo e cheio de
nuances e eu recomendo.
Mas sua definição de humanidade é
impressionante similar as da minha filha Brynn. Ela incluí consciência,
intelecto e emoções. A personificação de Deus, D’Adamo argumenta, está no
coração do teísmo abraâmico, incluindo as crenças e praticas cristãs. Mesmo
quando o crente diz que ele acredita em um Deus mais abstrato dos teólogos, a
maior parte não, ao menos não completamente, nas suas vidas diárias, e em um
estudos de laboratório, eles falam e se comportam como se falassem com um Deus
que seria como uma pessoa.
Por exemplo, estudantes que dizem
que Deus estaria fora do tempo, ainda assim analisam a história como se Ele
completasse uma tarefa e depois fosse para outra. Também nosso cérebro é
inclinado a naturalmente interpretar estímulos físicos, como pedras, navios,
bichos de pelúcia ou nuvens em termos antropomórficos e deuses não são exceção.
Quando nós somos crianças, uma das
maneiras que adquirimos independência dos nossos pais de carne e osso é criando
cópias virtuais em nossas mentes. Os psicólogos chamam isso de PAIS
INTROJETADOS. Isso traz vantagens ao desenvolvimento. Quando você ouvir a sua
mãe em sua cabeça dizendo: não atravesse a rua sozinho, querido. Então você não
precisa dela o tempo todo olhando para você.
A mãe virtual assume o trabalho da
mãe do mundo real. O lado negativo é que passamos anos de nossa idade adulta,
tentando tirar a voz de nossos pais da cabeça, mas sem essa habilidade de ter
um relacionamento com uma FIGURA VIRTUAL AUTORITÁRIA, as crianças ficariam
travadas. Existe um fluxo natural de um pai terreno introjetado para um pai
celeste (aqui surge o que Freud quer dizer que Deus é um representação do pai
como autoridade máxima), e as pesquisas sugerem, que se os pais de um crente
foram bons ou cruéis, autoritários ou amorosos, ajuda a definir a personalidade
do seu Deus.
Apologistas Cristãos, defensores
da fé, usam palavras sublimes e abstratas, eles argumentam pela possibilidade
da existência de uma mais alta forma abstrata de Deus que existe fora da realidade
da razão humana e fora do alcance da ciência, mas o que vários querem é algo
mais especifico.
Para criar espaço intelectual para
sua crença no deus pessoal da Bíblia, eles desenvolvem argumentos abstratos
para proteger a fé em algo emocionalmente mais satisfatória, primitivo e
humanoide.
Nessa empreitada eles são
semelhantes a uma grande variedade de crentes religiosos. Monoteístas fazem 4
perguntas básicas sobre Deus:
- Deus existe?
- Como é deus?
- O que Deus quer de nós?
- Como podemos conseguir aquilo
que nós desejamos de Deus?
Na realidade a primeira dessas
questões ‘Deus existe?’, tende a ser interessante, só que no contexto das
outras três. Em outras palavras, Deus só é interessante se Ele é Sabível e tem
o que os psicólogos chamam de relevância hedônica.
Por relevância hedônica eu quero
dizer, entendendo e satisfazendo Deus, eu posso fazer minha vida melhor ou
pior.
Se Deus é definido em um nível de
abstração que poderia satisfazer muitos cientistas filosóficos e teólogos
modernos, Deus se torna imediatamente desinteressante para a grande maioria dos
crentes. Levamos em consideração a frase de Albert Einstein:
‘Eu acredito no Deus de Spinoza
que se revela na ordem e harmonia do que existe, não em um Deus que se
concentra nos feitos e ações de seres humanos. Eu não posso imaginar um deus
que pune os objetos de sua criação, cujos propósitos são modelados por nós
mesmo.’
No cristianismo, o bispo John
Shelby Spong dá um passo em tentar tornar a visão relevante, ele diz:
‘Eu não penso em um Deus de
maneira teísta, ou seja, como um ser, com poderes sobrenaturais que vive além
dos limites do meu mundo, eu prefiro experimentar deus como a fonte de vida,
deixando-me viver plenamente. A fonte do amor, me chamando para amar sem
restrições, e para emprestar uma frase do teólogo Paul Tilich ‘ a base de todo
o Ser chamado a ser tudo o que eu posso ser’’.
Contraste isso com o deus dos
cristãos evangélicos:
- ‘Deus me ama!’
- Eu tenho um relacionamento
pessoal com Jesus!
- Se eu pedir a Deus em uma prece qualquer
coisa, eu serei atendido.
- Pessoas que morrem vão para o
inferno ou para o céu.
Entender as emoções é irrelevante
para entender o Deus de Einstein ou Spinoza. Porque o Deus de Spinoza e
Einstein, não é personificado e não tem emoções. O mesmo é verdade para o deus
de Spong.
Por outro lado, se alguém está
buscando acessar uma visão cristã mais tradicional ou ortodoxa, por exemplo, o
conceito evangélico de Deus, então entender emoções é extremamente relevante.
De fato, um dos atributos que definem o Deus ortodoxo é na verdade uma EMOÇÃO:
Amor.
Os evangélicos chamam a si mesmos
de Bíblicos ou cristãos que creem na Bíblia. Muitos deles orgulhosamente
proclamam a bíblia como sendo literalmente a perfeita e completa palavra de
Deus. De fato, críticos frequentemente se envolvem em bibliolatria ou ADORAÇÃO
de textos.
Mesmo que seja certo ou errado,
literalistas bíblicos como evangélicos apoiam a prioridade de suas vidas e
esperam pela eternidade e pelo conceito de Deus dos escritores bíblicos, e os
escritores da Bíblia pensaram em um deus como uma pessoa, que não apenas ama,
mas se manifesta como sendo um suporte completo para as emoções.
- Isso é ridículo;
Alguns cristãos modernos
protestam. É óbvio que quando a bíblia fala das emoções de Deus ela está falando
como metáfora. Mas por uma série de razoes esse argumento é fraco.
1.
Historiadores da religião e filosofia nos dizem
que a teologia tem um fluxo que está definido por um registro histórico, da
mesma forma que podemos estudar o fluxo da evolução no registro geológico. Nós
temos a tendência a projetar a nossa cultura intelectual, incluindo abstrações,
como conceitos de deuses abstratos.
Mas durante o período Arial,
quando as maiores religiões do mundo emergiram, os deuses Shive, Zeus, Mitra e
Yahweh, eram DEUSES PESSOAIS.
2.
Se você olhar para o registro interno da bíblia
em si, os primeiros documentos foram interpretados literalmente pelos
escritores posteriores. Por exemplo o livro de Matheus dá a entender um
entendimento literal dos eventos do antigo testamento.
3.
Os literalistas dizem que a Bíblia foi inspirada
e até mesmo ditada por Deus aos seus autores. Se este for o caso, dizer que as
emoções de Deus na bíblia são simples metáforas, fariam Deus um péssimo
escritor.
Um bom escritor não usa metáforas que
ele ou ela sabem que podem ser erroneamente tornadas como literais. Comunicação
não é só transmitir, mas é também conhecer sua audiência.
Hoje em dia, muitos e muitos
cristãos entendem o conceito das emoções divinas literalmente, assim como seus
ancestrais espirituais. Dizer que Deus estaria se comunicando em metáforas
através dos autores da Bíblia é o mesmo que dizer que Deus necessita de
treinamento em comunicação.
Para o resto desta série sobre as
emoções de Deus, eu vou assumir que a maioria dos cristãos na maior parte
querem aquilo que eles dizem quando eles usam palavras como ‘Deus te ama’, ou
que ‘Deus está enjoado com a homossexualidade’ ou ‘Deus está aflito com nossos
pecados ’.
Nós devemos a nós mesmo, não jogar
jogos de palavras com as questões mais importantes de nossas vidas e salvo
evidencia em contrário, nós devemos interpretar as palavras pelo seu
significado direto e se nós valorizamos a honestidade, integridade e a busca
pela verdade, nós devemos ao mundo, perguntar o que essas palavras significam.
0 comentários:
Postar um comentário