Gênesis
capítulo 1, visto por muitos, se interpretado literalmente ou abertamente, ser
um surpreendente e preciso relato do inicio do universo, nossa Terra, vida e
história humana. Mas será mesmo?
Se Lida literalmente,
a história bíblica da criação relatada nela, tem algum suporte do que sabemos
dada as descobertas da ciência moderna?
Fora o
literalismo, quando abertamente precisa de alguém para interpretar o primeiro
capítulo do primeiro livro da bíblia para que possa refletir o conhecimento
moderno atual. O que mais poderia ser perdido ao ler o primeiro capítulo tão
abertamente?
Essa série,
do thebibleskeptic.com é uma tentativa de explorar essas questões e como foi
concluído na primeira parte, o melhor lugar para começar é: ‘No principio ...’.
Dia 1
‘No principio
Deus criou os céus e a terra, e a terra era se forma e vazia e as trevas
estavam sobre a face do abismo, e o espirito de Deus se movia sobre a face das
águas. E Deus disse: que haja luz, e houve luz. E deus viu que a luz era boa,
Deus separou a luz da escuridão e chamou a luz de dia e a escuridão chamou de
noite. E foi tarde e manhã, o primeiro diz’.
Assim começam
os versículos de abertura de Gênesis capítulo 1. No inicio deus criou os céus e
a terra e a terra era sem forma e vazia, e as trevas estavam sobre a face do
abismo e o espirito de deus se movia sobre a face das águas. De acordo com o
Gênesis a terra era sem forma e havia escuridão em toda parte.
Ainda assim,
não era um vazio total. Os versículos são claros que enquanto a terra era sem
forma e vazia, havia entretanto água. Aparentemente águas profundas sobre o
qual o espirito de deus se movia. Mas lendo a bíblia, como aqueles que procuram
acertar os textos com as descobertas modernas, vão frequentemente dizer que a
água mencionada aqui não é a mesma água que preenchem nossos oceanos e fluem
pelos rios.
Está é uma
água, em um sentido figurativo. O difícil é achar um criacionista literal que
possa explicar o que essas águas pré-existentes eram, mas a Bíblia em si é bem
clara.
A palavra
hebraica para ‘água’ usada em gênesis 1 é ‘mayim’. É a mesma palavra usada para
as águas que foram juntadas no oceano mais tarde nesse capítulo, bem como para
as águas que inundaram a terra durante o período de Noé. ‘Mayim’ são as águas
dos mares, oceanos, riachos e rios, é a água da chuva e da neve, a qual mata a
sede e lava nosso corpo. E aqui está ela, pré-existindo a tudo no universo. E
essa é a primeira coisa que Gênesis tem de errado.
Seguindo.
Oxigênio precisa
de estrelas, assim como a luz, mas vamos deixar isso para depois. Estrelas consomem hidrogênio entre outros elementos na fusão nuclear. Quando uma
estrela morre e explode, um dos novos elementos criados pela estrela é
oxigênio.
Não haviam
estrelas quando o universo começou a existir. Elas são personagens mais
atrasados no palco cósmico.
Então no
principio do nosso universo, não como Gênesis nos conta a história, mas como a
moderna cosmologia tem descoberto, havia somente hidrogênio mas nenhum oxigênio.
Se não havia oxigênio, este não podia se combinar com hidrogênio para fazer
água, portanto ‘no Principio’ não existia água, sobre a qual o espirito de deus
poderia pairar em ordem de começar a criação do universo. O que implica que, no
principio, é necessário que haja estrelas para que depois haja água. Logo,
podemos concluir, que ‘no principio’ não existia somente a terra, mas todo um
universo e depois a água.
Perceba que
este conto da criação começa de forma equivocada, já que a terra não foi a
primeira a se formar, da qual da a impressão de que foi a primeira a se formar
e em consequência levou muitos no passado a acreditar que a terra era o centro
do universo, da qual sabemos que hoje não é. Segundo o relato, é claro e fácil
compreender que está ideia é simplesmente uma furada, já que para que haja água
é necessário haver oxigênio, em consequência, nos levam diretamente para as
estrelas, da qual não havia no começo da criação de Gênesis.
Como faz os
que não leem a narrativa do livro literalmente, justificam a água de Gênesis 1? Expandindo o primeiro dia dos versículos de 1 a 5, para incluir os 8 bilhões de
anos do universo. Como Schroeder escreveu em seu livro ‘ A Ciência de Deus’:
‘Primeiro dia
de Gênesis começou a 15,75 Bilhões de anos atrás e termina em 7,75 Bilhões de
anos antes dos dias atuais’ P.66
Obviamente
que o único jeito de fazer isso é ignorar a leitura clara do texto, que nos
conta em termos bem claros que cada dia da criação foi marcado por uma ‘tarde e
manhã’.
Outros
tentaram reinterpretar o significado de ‘yom’, a palavra hebraica para ‘dia’
usada em Gênesis 1, mas até os dias atuais, todos eles falharam.
Gênesis usou
‘yom’ no mesmo contexto que foi usado centenas de outras vezes em toda a
bíblia. ‘yom’ em contexto, significa um dia típico de 24 horas. Para fazer o
significado ainda mais claro o autor do Gênesis até usou os marcadores ‘tarde e
manhã’ para fazer seu significado claro, de fácil entendimento.
Então aqueles
tentando forçar encaixar entre o contexto moderno com Gênesis 1, tem que fazer
isso em ordem a ignorar a leitura plena dos textos. Os dias de criação no
contexto de Gênesis 1, são claramente dias únicos de 24 horas de período.
Enquanto
criacionistas literais tem muita ciência errada para justificar suas crenças,
eles entendem o contexto de Gênesis 1 e as intenções do seu autor, como se
esses autores soubessem algo sobre os dias atuais, mas está muito claro, que
eles não possuíam qualquer conhecimento sobre os dias atuais, caso contrário a
bíblia não diria dias, mas diriam ‘Bilhões’ de anos. A razão de existir o que
eles chamam de interpretação e reinterpretação dos textos bíblicos é para
harmonizar e os fazê-los se encaixar na convicção pessoal de uma forma que seja
de fácil acesso racional. Eles não precisam que tal posição seja verdadeira,
apenas necessitam que faça sentido. Se fazer sentido, eles não precisam de nada
mais. Segundo eles, terão o suficiente para continuar a adorar o deus bíblico. A Convicção é o
maior perigo para os religiosos.
Ken ham,
autor do site ‘Respostas no Gênesis’ tem comentado em vídeos online:
‘Quando você
olha na Bíblia e no velho testamento, a palavra dia é usada em singular ou
plural mais de 2 mil vezes. Sabe o que é fascinante¿ Sabe o que é tão
surpreendente¿ A única vez que vejo pessoas basicamente questionando o que a
palavra ‘dia’ significa é em Gênesis 1. Veja se aqui há pessoas questionando o
que ‘dia’ significa em Eclesiastes, Levíticos, Números, Deuteronômio, Josué ...
veja, se você pega a bíblia sozinha, sem nenhum tipo de influência de fora,
somente a própria bíblia. Você teria chegado a ideia de milhões de anos ou
bilhões de anos¿ A resposta é não! Você nunca consegue isso utilizando a Bíblia
sozinha.’
O que Ken Ham
está fazendo aqui, é bem simples de compreender. A qual ele mesmo, demonstra
que a Bíblia é cientificamente incorreta. Quando ele utiliza a palavra dia, ele
está tirando de seu contexto em relação a criação e o que a ciência tem
descoberto. Ham utiliza a palavra dia como se em gênesis está palavra tivesse o
mesmo valor que em todos os outros pontos bíblicos. A importância de Gênesis 1
é muito mais relevante do que qualquer outro texto bíblico ao qual se refira a
dia. A discussão se baseia entre os estudiosos religiosos que aceitam milhares
de anos e aqueles que não aceitam. Em ambos os casos, ambos estão errados. A
palavra dia em hebraico, significa um dia de 24 horas, o que implica que a
bíblia não nos diz nada sobre milhares de anos ou bilhares de anos. E o segundo
caso, é que o relato de gênesis não está de acordo com o que a ciência tem
descoberto. Em outras palavras, logo no começo da bíblia, ela é cientificamente
incorreta.
Veja que
interessante. Quando se utiliza a bíblia sozinha, tirando as interpretações e
harmonias religiosas, a conclusão é que a ciência e a bíblia não andam na mesma
direção em busca da verdade. De fato, andam em posições opostas.
E a narrativa
da água pré existente no universo não veio por inspiração divina, o que não
pode ser, já que a bíblia é inteiramente inspirada por deus, analisando este
primeiro capítulo de Gênesis, a informações que obtemos é que, está fonte
onisciente é falsa. Em outras palavras, u ser onisciente não cometeria um erro
de colocar algo falso, mentiroso, ao qual acabaria com a perfeição de seu
material, mas se ele não é mentiroso e quer manter a fonte de seu material,
então a inspiração divina é falsa e o toque do homem está por toda a parte.
Dizer que a
bíblia é inteiramente inspirada por deus, é o mesmo que dizer que deus mente,
mas dizer que bíblia foi escrita por homens é o mesmo que dizer que a bíblia
não é inspirada por deus. Resumindo, a bíblia somente é inspirada por deus por
dois motivos:
1. Porque os pastores, e as pessoas comuns repetem
isso a milênios, acabou se tornando uma verdade.
2. Por causa da bíblia dizer que é perfeita e que
sua fonte vem diretamente de deus.
Como pode
ver, por trás de cada uma dessas alegações não existe qualquer evidencia ou
prova, segundo os religiosos tudo o que ele tem é fé, e eles acreditam que isso
é o suficiente para provar que a bíblia é inspirada por deus, mesmo que não
seja em nenhum lugar.
Voltando ao
assunto da palavra água em hebraico do comentário do pastor. Nem ignorando a
leitura direta do texto em ordem de forçar encaixar com o contexto moderno,
como a água foi parar na história?
A mais óbvia
e simples resposta é que a história da criação hebraica de Gênesis 1, refletem
as outras antigas culturas vizinhas. Os babilônios, os egípcios, mitos de
criação, que começavam com o universo cheio de água potável. Para muitos
religiosos isso é um sacrilégio, fazer comparações do deus bíblico cristão com
outras civilizações, mas para esses religiosos basta perguntar, de onde surgiu
as histórias israelitas de um único deus?
Neste caso,
temos que analisar todo um contexto e verificar que o povo de Israel, nem
sempre existiu como afirmam muitos religiosos. Eles receberam muita influência
dos outros povos aos quais foram escravos até se libertarem. Foram escravos dos
Egípcios, e em êxodo existe relatos aos quais mesmo longe do Egito, o povo
adorava outros deuses que não eram o deus cristão. Não apenas isso, mas também
existe grande influência da babilônia nos registros bíblicos, desde escravidão
a textos proibindo que o povo de Israel não adorasse (ou seja porque adoravam)
outros deuses. Tanto que um dos 10 mandamentos em êxodo nos diz diretamente que
o povo adorava outros deuses. Tanto que Moisés chegou a tábua ao visualizar o
povo adorando outros deuses. Talvez seja por isso que Moisés tenha quebrado a
tábua afinal, não de raiva, mas talvez por indignação e quem sabe por não ter
escrito ‘não terás outros deuses diante de mim’.
Mas fato é,
os israelitas foram amplamente influenciados por contos de outras civilizações
e em consequência criou seu próprio caminho e histórias. Uma das histórias que
se remetem a um plagio é a história de Noé já que civilizações mais antigas que
a de Israel já possuíam relatos da história de uma arca. É claro que você não
precisa acreditar, mas faça as pesquisas por você mesmo e veja o que
encontrará.
É provável
que foi desses mitologias mais antigas que os autores do Gênesis se inspiraram
para a abertura da sua própria história da criação. Enquanto Gênesis empresta
temas em comum com seus vizinhos em mitos, certamente não os copia. Gênesis é
único. Gênesis foi escrito por uma visão do mundo particular. Uma visão de
mundo monoteísta que deus Elohim de fato trabalha sozinho .
Aqui no mito
hebreu das origens não há outros deuses primordiais como há nos outros mitos.
Não há batalhas por supremacia, não há domar ou dilacerar de bestas . Gênesis é
uma nova reviravolta numa velha história, mas com o caos primordial e as águas
ele parece pagar tributo aqueles contos que vieram antes.
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