A narrativa da criação do Gênesis
se apresentou até agora na seguinte ordem:
Luz. Um firmamento em forma de
bolha em meio as águas primordiais. O mar. A terra firme. Plantas, incluindo
grama, ervas e árvores frutíferas. O Sol, a lua, estrelas e outros planetas
fixos no firmamento mencionados antes, colocados lá como luzes para a terra e
para sinais, e também para as estações.
Em todos os casos Gênesis esteve
errado em sua descrição da criação, em relação ao que sabemos da ciência
moderna.
No quinto dia, vamos ter outra
oportunidade de ver se o Gênesis pode acertar alguma coisa.
Apenas após 48 horas após a terra
e os mares tendo se formado, debaixo de um domo no céu. Deus cria todas as
criaturas da água incluindo baleias. Ele também cria pássaros, muito embora os
animais terrestres ainda não tenham aparecido em terra seca.
Mas é isso que a ciência moderna
descobriu?
É pouco surpreendente agora
descobrir que não.
Nós sabemos por estudos
científicos que a vida de fato provavelmente surgiu nos mares, mas isto não é
nem de perto o que o Gênesis está sugerindo; Nós já aprendemos que o Gênesis
afirma que a vida vegetal foi formada com grama, ervas e árvores frutíferas no
terceiro dia da criação. É somente no quinto dia que o autor bíblico foca sua
atenção na vida nos mares e a afirmação é de que a vida primitiva que os
cientistas acreditam que primeiramente habitavam os mares foi criada neste dia.
O autor especificamente cita:
BALEIAS!
Se a Bíblia tivesse citado a vida
marinha em geral, aqueles que avidamente desejam salvar a bíblia das garras do
ceticismo moderno, talvez tivessem uma melhor chance de rebater o nível de
crítica que os antigos falharam em fazer, mas
bíblia não faz.
O autor do gênesis especificamente
escreve baleias em sua narrativa e isso acaba tirando toda a credibilidade do
relato da criação. Baleias como seus primos golfinhos e orcas são mamíferos de
sangue quente, nada em comum com os peixes, com os quais elas dividem as
profundezas do oceano. Modernas pesquisas descobriram que baleias e golfinhos
são descendentes através do processo de evolução de um ancestral remoto
terrestre e comum.
A nature fala da descoberta de um elo perdido crucial, no
ancestral dos catáceos: Botos, golfinhos e baleias. Desde o tempo de Darwin, os
cientistas sabem que as baleias descendem de mamíferos terrestres, mas até
recentemente, algo de uns 15 anos atrás (Estamos em 2014), os ancestrais das
baleias não eram conhecidos. Os criacionistas tinham um dia cheio porque não
haviam intermediários.
Nos últimos quinze anos, então um
número extraordinário de formas transicionais foram encontradas que documentam
a transição e a morfologia dessas baleias primitivas.
Uma dessas formas é o
Kutchicetusque tem por volta de 45 milhões de anos de idade, em seu esqueleto
tinha uma longa caúda e pernas relativamente curtas, era um animal adaptado
para nadar em água.
Antes do Kutchicetus viveu
Ambulocetus, do qual tem por volta de 45 milhões de anos. Viveu em habitats
marinhos próximos a costa no Paquistão. Seu habitat era provavelmente do tipo
de um crocodilo; E então descoberto mais recentemente em 2001, está o esqueleto
do Pakicetus a primeira baleia conhecida, que não se parece em nada com uma
baleia, se pareceria com um lobo se você
o visse em um zoológico. Entretanto nós sabemos que esse já era um
animal aquático. Por causa das estruturas de seus ossos, eles eram muito
densos. Era um animal que ficava espreitando em águas rasas, ele não era um
nadador.
O que estava faltando era o elo
com os parentes terrestres das baleias e depois de muitos anos finalmente foi
encontrado. Este elo é o Indohyus, que Mark Clementz, Sunil Bajpai, B.N.Tiwari
e Lisa cooper estavam estudando.
Mark Clementz da universidade do
Wyomin aidiconou sua analise de ambos os isótopos de carbono e oxigênio no
dente do Indohyus, provendo mais evidencias da ia anfíbia desse animal. Então
essa nova espécie Indohyus, ajuda a criar a ponte em uma lacuna de milhões de anos de registro fóssil.
Para ter evoluído de um remoto
ancestral terrestre, deveriam existir outros antigos animais terrestres, muito
antes de terem encontrado seu caminho de volta para o mar. Não um animal
qualquer, mas um mamífero, uma criatura que se desenvolveu por muito tempo
pelos passos da evolução de primeiras formas de vida que colonizaram a terra
firme.
Em um pequeno esforço para
resgatar o conto bíblico, alguns podem afirmar que o original em hebraico não
afirma que baleias se formaram no quinto dia da criação.
De fato, a tradução hebraica para
baleia na versão do King James é ‘tanniyn’. Tanniyn é usado em uma variedade de
versos nas escrituras. Poderia argumentar que não existia uma palavra
especifica para baleia em hebraico . Entretanto argumentar isso é convite ao
problema para o texto bíblico, já que as traduções alternativas à tanniyn na
Versão King Jomes são serpentes e pior ainda dragão ou monstro.
A nova versão padrão Revisada da
bíblia entretanto, interpreta essa palavra de forma diferente. Em um número de
versos onde a versão King James tem dragão, a NRSV e outras tantas traduções
modernas em inglês tem a palavra chacal. Isso é provável porque a palavra
hebraica para chacal é ‘tan’ e para fazer o plural, o hebraico adiciona o
sufixo ‘inn’ fazendo ‘tannin’, o que é extremamente similar a ‘tanniyn’.
Entretanto no contexto imediato do
Gênesis, chacal dificilmente seria a escolha correta, por isso a NRSV e outras
traduções escolhem monstro marinho no lugar.
Outras versões como a Nova versão
Internacional, tentam contornar a passagem difícil simplesmente usando, grandes
criaturas do mar ou grandes bestas do mar no lugar de baleia. Entretanto
baleias podem não estar muito longe da intenção do autor, já que essas
criaturas do mar eram comumente confundidas com monstros das profundezas, mesmo
por marinheiros experientes da antiguidade.
Se o melhor que se pode dizer a respeito dessa
passagem da criação bíblica é que não sabemos que criatura estava na mente do
autor bíblico. Nossa própria ignorância dificilmente ajuda a salvar gênesis por
todos aqueles outros detalhes.
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