Edith Stein assim como Tomás de Aquino fizeram boas analises em
relação a questionar o ser, de onde veio, como ele está ligado com o universo.
O lado que irei questionar neste texto será questões em relação aos processos
cerebrais que faz o ser buscar uma existência de forma obrigatória. Já que é
sobre este assunto ao qual fica em falta tanto nas obras de São Tomás de Aquino
como também na de Edith Stein. Então vamos começar.
Diversos processos inconscientes, dos quais podem ser aceitos
como biológicos, psicológicos, e assim por diante impulsionam o ser a buscar
uma resposta para sua existência. O que a principio somente faz sentido, se o
ser puder questionar sua própria existência. A vida animal, por exemplo, não
vemos tal necessidade, já que os mesmos não possuem o mesmo desenvolvimento que
nós humanos, principalmente em questões sobre sua existência.
Saber de onde viemos
ou para onde vamos, nos oferece conforto, nos tirando do Vazio Existencial e
oferecendo um equilíbrio emocional, o
que nos oferecer assim, prazer, satisfação, felicidade, sentido de vida,
conforto, confiança, esperança e etc. Tirando-nos do caso da realidade a qual
nos encontramos em relação ao universo. Desta forma nos vemos como especiais
criando ideais que satisfaçam nossas necessidades, assim como um criança aceita
a ideia de amigos imaginários e de ideias absurdas como papai noel e fadas
encantadas. Tais ideias ao se tornarem verdades pessoais, oferecem o Equilíbrio
emocional, dessa forma a criança se sentirá mais segura e confortável. Da mesma
forma servem os processos para os adultos, ao invés de ser voltado para
questões facilmente notadas como absurdas e falsas, agora é voltada para algo
mais complexo conforme o ser se desenvolve principalmente nas questões envolvendo
conhecimento e sabedoria.
Para compreendermos melhor o ser, devemos compreender melhor
os processos cerebrais e como eles nos influenciam a agir. O ser humano possuí
duas formas primordiais de emoções, as que oferecem o Equilíbrio Emocional e as
que oferecem o Vazio emocional.
O Equilíbrio emocional obriga o individuo a permanecer no ‘local’
ou posição a qual se encontra e a perda de seu objeto de Equilíbrio, somente em
pensar em perde-lo, o faz imaginar como seria não ter mais aquilo que traz
sentido para sua vida. Este foi os dois períodos ao qual Edith Stein passou questionando sua
existência. Até mesmo em pensamentos sobre suicídio.
O Vazio Emocional faz o individuo se mover para evitar ou
encontrar uma solução para o problema ao qual se encontra em relação as suas
emoções, visando assim encontrar o Equilíbrio emocional evitando a dor
emocional. Está fase é encontrada quando Edith Stein se encontra em um nova
fase de Equilíbrio em sua vida. Suas conclusões e principalmente sua busca,
principalmente com São Tomás de Aquino, a levou a continuar seu trabalho, do
qual a conclusão também seguiu o caminho ao qual o Equilíbrio Emocional
conseguido agora com o cristianismo, lhe permitiu ver aquilo que ela
considerava ser verdadeiro.
Como falta de compreender como diversos processos influenciam
o individuo a buscar compreender sua existência, é como uma forma do individuo
conquistar e buscar algo que faça sua vida ganhar algum sentido. Quando
compreendemos como esses processos funcionam percebemos que tal busca tem maior
valor psicológico do que valor racional. Em outras palavras uma forma que o ser
encontrou para evitar o vazio existencial, buscando de forma racional satisfazer
suas emoções. Ou seja, buscando fora do ser uma razão para existir. O que
também é uma forma de evitar o caos, procurando uma ordem, quando de fato, tal
motivação é provida de processos e mais processos, permitindo assim o individuo
a buscar algo que lhe satisfaça de forma emocional. A busca é sempre por
prazer, felicidade, sentido de vida e assim por diante. Nada mais que produtos
para satisfação emocional.
A dinâmica entre Equilíbrio emocional e Vazio emocional, são
os maiores impulsionadores e motivadores que podem existir. Toda a Existência
do ser, se baseia em questões baseadas em processos, que permite o ser tentar
de alguma forma compreender sua existência, quando a mesma não possuí qualquer
sentido. Em outras palavras, ela ganha sentido.
O Vazio existência somente é um problema para aqueles que são
capazes de questionar sua existência. Se o mesmo não pudesse questionar sua
existência, ele não teria qualquer problema com o Vazio existencial. Nenhum
problema com o caos. Como os animais por exemplo.
Muitos dos argumentos utilizados pelas grandes mentes do
passado se tornam inválidos ou incompletos por ignorar os principais processos necessários
, e também ao ignorar a importância das influências inconscientes, sejam elas
biológicas, psicológicas e eetc. Pela falta do não compreender como esses
processos agem e forma o ser, qualquer conclusão que não se baseie nesses
processos, não se enquadra adequadamente naquilo que chamamos de verdade. Isso
quer dizer que Nem São Tomás e nem Edith, possuem essa compreensão. Se
compreendessem não utilizariam de forma equivocada aquilo que sentiam como
prova de alguma coisa.
A busca por razões e motivos para a existência do ser, o
levou diretamente a criação de deuses. Adicione isso ao misticismo, falta de
conhecimento, seguir o que é sentido, sonhos, visões, principalmente onde nada
do que temos hoje existia, têm então o suficiente para o caos do Vazio
Existencial. Do qual deveria ser conhecido como a Síndrome do Vazio
existencial.
Essa busca por razões e motivos para a existência do ser, não
é provido exclusivamente de dúvidas racionais, mas sim em primeiro lugar por
questões inconscientes. Somente compreendendo as necessidades emocionais e
psicológicas do ser, compreendendo tais processos e compreendendo as
influências inconscientes, podemos chegar a uma conclusão do que é o ser e a
compreendermos melhor o nosso papel nesta história.
Quando o ser não compreende suas emoções e como elas
trabalham, nem mesmo compreende como tais processos funcionam, estes tentam
buscar uma resposta através da racionalidade para satisfazer suas necessidades
pessoais. Está busca acaba sem uma resposta adequada, pois a questão nunca foi
racional e sim emocional. Encontrar motivos para nossa existência, encontrarmos
sentido de vida, motivos para viver, não se remetem a possuir respostas
racionais, de fato respostas racionais não surtem efeito quando tratamos de emoções.
Existe algo no individuo que o faz buscar motivos e razões para que sua
existência tenha sentido, tal sentido de vida é uma procura emocional, que de
forma racional tentamos fazer determinados objetos pertencentes a realidade ou
não, ganharem validade existencial oferecendo assim ao individuo Equilíbrio
emocional.
Algumas pessoas ao adquirirem o Equilíbrio emocional (que não
compreendem a dinâmica do entre Prazer e dor) acabam aceitando como uma verdade
pessoal sua nova posição, da qual, pelo fato dela não compreender o porque
encontrou tal equilíbrio passa a acreditar que aquilo que segue (fora do ser) é
uma verdade. Da qual se torna uma verdade pessoal (dentro do ser), o que diz
que um único denominador em comum gerou tanto o Equilíbrio Emocional como o
Vazio emocional (processos cerebrais). Em outras palavras, uma nova ideia foi
intensificada e se tornou agora uma nova verdade a ser seguida.
Acredito que seria muito interessante se pudéssemos contar
desde pequenos quantas crenças deixamos para traz e quantas utilizamos baseadas
nesta dinâmica entre prazer e dor.
Aquilo que sentimos não trabalha visando respostas racionais,
de fato busca satisfazer suas questões pessoais de forma racional, mas sim
respostas que satisfaça aquilo que desejamos ou queremos atingir ou buscar. Começamos
com uma ideia que pertence ao mundo das fantasias, e como tal ideia está
intensificada ao ponto de fornecer equilíbrio, o individuo (consciente) não percebe
que está sobre a influência inconsciente, e irá agir de acordo com tal
influência. O que também é conhecido como ilusão do livre arbítrio.
Por causa dessas tentativas, de fazer uma ideia se tornar
algo real, para que tenha sentido sua existência, então este individuo irá
procurar meios para que sua posição de alguma forma se torne verdadeira. Podem
se utilizar da ciência para tentar encontrar deus, podem ignorar a ciência para
aceitar e abraçar a deus, podem utilizar de absurdos para que sua ideia sobre
deus seja valida, utilizam o sentir como
principal fonte de evidencia para aquilo que se é acreditado. Em diversos
casos, como os mencionados anteriormente, nada mais é do que ignorância por não
levar em consideração os processos que obrigam o individua a agir de
determinada forma.
Quem sou eu?O que é ser?Qual o sentido do eu-ser?
“Para que viver”? “O que Ser”? “Quem determina se devo viver
e como viver”?
Essas questões por mais que possuam relevância racional, possuem
maior relevância emocional. Através de impulsos inconscientes e de diversos
processos, somos capazes de fazer tais questões.
Saber para onde vamos de onde viemos nos oferece a satisfação
e o prazer de termos uma identidade, de termos um motivo para nossa existência.
Essas questões nos motivam a buscar uma resposta sobre a realidade da humanidade.
Sem essa pressão do Vazio Emocional, não teríamos motivos para buscar uma
resposta para essas perguntas, já que tais perguntas não faria sentido de ter
uma resposta. Mas talvez o que de fato nos oferece um motivo para nossa
existência não seja a existência de um ser como deus, por exemplo, mas sim a
ideia que se torna uma verdade pessoal, motivando o ser a seguir em frente em
sua jornada.
Antes de buscar uma resposta de quem somos ou para onde
vamos, ou até mesmo qual o motivo de nossa existência, primeiramente devemos
compreender como funcionamos, quais nossas limitações, quais os processos que
fazem isso ou aquilo, e como eles interagem nos fazendo agir de determinada
maneira. Tanto São Tomás de Aquino como Edith Stein, falharam neste exercício.
O que acaba invalidando ou deixando de canto, diversos argumentos utilizados
por ambos. Principalmente aqueles que envolvem a natureza da existência do ser.
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