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quarta-feira, 12 de novembro de 2014

O argumento contra o valor Existencial do ser - Uma análise sobre a Obra de Edith Stein e sua posição sobre São Tomás de Aquino



Edith Stein assim como Tomás de Aquino fizeram boas analises em relação a questionar o ser, de onde veio, como ele está ligado com o universo. O lado que irei questionar neste texto será questões em relação aos processos cerebrais que faz o ser buscar uma existência de forma obrigatória. Já que é sobre este assunto ao qual fica em falta tanto nas obras de São Tomás de Aquino como também na de Edith Stein. Então vamos começar.

Diversos processos inconscientes, dos quais podem ser aceitos como biológicos, psicológicos, e assim por diante impulsionam o ser a buscar uma resposta para sua existência. O que a principio somente faz sentido, se o ser puder questionar sua própria existência. A vida animal, por exemplo, não vemos tal necessidade, já que os mesmos não possuem o mesmo desenvolvimento que nós humanos, principalmente em questões sobre sua existência.

 Saber de onde viemos ou para onde vamos, nos oferece conforto, nos tirando do Vazio Existencial e oferecendo um equilíbrio emocional,  o que nos oferecer assim, prazer, satisfação, felicidade, sentido de vida, conforto, confiança, esperança e etc. Tirando-nos do caso da realidade a qual nos encontramos em relação ao universo. Desta forma nos vemos como especiais criando ideais que satisfaçam nossas necessidades, assim como um criança aceita a ideia de amigos imaginários e de ideias absurdas como papai noel e fadas encantadas. Tais ideias ao se tornarem verdades pessoais, oferecem o Equilíbrio emocional, dessa forma a criança se sentirá mais segura e confortável. Da mesma forma servem os processos para os adultos, ao invés de ser voltado para questões facilmente notadas como absurdas e falsas, agora é voltada para algo mais complexo conforme o ser se desenvolve principalmente nas questões envolvendo conhecimento e sabedoria.

Para compreendermos melhor o ser, devemos compreender melhor os processos cerebrais e como eles nos influenciam a agir. O ser humano possuí duas formas primordiais de emoções, as que oferecem o Equilíbrio Emocional e as que oferecem o Vazio emocional.

O Equilíbrio emocional obriga o individuo a permanecer no ‘local’ ou posição a qual se encontra e a perda de seu objeto de Equilíbrio, somente em pensar em perde-lo, o faz imaginar como seria não ter mais aquilo que traz sentido para sua vida. Este foi os dois períodos ao qual  Edith Stein passou questionando sua existência. Até mesmo em pensamentos sobre suicídio.

O Vazio Emocional faz o individuo se mover para evitar ou encontrar uma solução para o problema ao qual se encontra em relação as suas emoções, visando assim encontrar o Equilíbrio emocional evitando a dor emocional. Está fase é encontrada quando Edith Stein se encontra em um nova fase de Equilíbrio em sua vida. Suas conclusões e principalmente sua busca, principalmente com São Tomás de Aquino, a levou a continuar seu trabalho, do qual a conclusão também seguiu o caminho ao qual o Equilíbrio Emocional conseguido agora com o cristianismo, lhe permitiu ver aquilo que ela considerava ser verdadeiro.

Como falta de compreender como diversos processos influenciam o individuo a buscar compreender sua existência, é como uma forma do individuo conquistar e buscar algo que faça sua vida ganhar algum sentido. Quando compreendemos como esses processos funcionam percebemos que tal busca tem maior valor psicológico do que valor racional. Em outras palavras uma forma que o ser encontrou para evitar o vazio existencial, buscando de forma racional satisfazer suas emoções. Ou seja, buscando fora do ser uma razão para existir. O que também é uma forma de evitar o caos, procurando uma ordem, quando de fato, tal motivação é provida de processos e mais processos, permitindo assim o individuo a buscar algo que lhe satisfaça de forma emocional. A busca é sempre por prazer, felicidade, sentido de vida e assim por diante. Nada mais que produtos para satisfação emocional.

A dinâmica entre Equilíbrio emocional e Vazio emocional, são os maiores impulsionadores e motivadores que podem existir. Toda a Existência do ser, se baseia em questões baseadas em processos, que permite o ser tentar de alguma forma compreender sua existência, quando a mesma não possuí qualquer sentido. Em outras palavras, ela ganha sentido.

O Vazio existência somente é um problema para aqueles que são capazes de questionar sua existência. Se o mesmo não pudesse questionar sua existência, ele não teria qualquer problema com o Vazio existencial. Nenhum problema com o caos. Como os animais por exemplo.

Muitos dos argumentos utilizados pelas grandes mentes do passado se tornam inválidos ou incompletos por ignorar os principais processos necessários , e também ao ignorar a importância das influências inconscientes, sejam elas biológicas, psicológicas e eetc. Pela falta do não compreender como esses processos agem e forma o ser, qualquer conclusão que não se baseie nesses processos, não se enquadra adequadamente naquilo que chamamos de verdade. Isso quer dizer que Nem São Tomás e nem Edith, possuem essa compreensão. Se compreendessem não utilizariam de forma equivocada aquilo que sentiam como prova de alguma coisa.

A busca por razões e motivos para a existência do ser, o levou diretamente a criação de deuses. Adicione isso ao misticismo, falta de conhecimento, seguir o que é sentido, sonhos, visões, principalmente onde nada do que temos hoje existia, têm então o suficiente para o caos do Vazio Existencial. Do qual deveria ser conhecido como a Síndrome do Vazio existencial.

Essa busca por razões e motivos para a existência do ser, não é provido exclusivamente de dúvidas racionais, mas sim em primeiro lugar por questões inconscientes. Somente compreendendo as necessidades emocionais e psicológicas do ser, compreendendo tais processos e compreendendo as influências inconscientes, podemos chegar a uma conclusão do que é o ser e a compreendermos melhor o nosso papel nesta história.

Quando o ser não compreende suas emoções e como elas trabalham, nem mesmo compreende como tais processos funcionam, estes tentam buscar uma resposta através da racionalidade para satisfazer suas necessidades pessoais. Está busca acaba sem uma resposta adequada, pois a questão nunca foi racional e sim emocional. Encontrar motivos para nossa existência, encontrarmos sentido de vida, motivos para viver, não se remetem a possuir respostas racionais, de fato respostas racionais não surtem efeito quando tratamos de emoções. Existe algo no individuo que o faz buscar motivos e razões para que sua existência tenha sentido, tal sentido de vida é uma procura emocional, que de forma racional tentamos fazer determinados objetos pertencentes a realidade ou não, ganharem validade existencial oferecendo assim ao individuo Equilíbrio emocional.

Algumas pessoas ao adquirirem o Equilíbrio emocional (que não compreendem a dinâmica do entre Prazer e dor) acabam aceitando como uma verdade pessoal sua nova posição, da qual, pelo fato dela não compreender o porque encontrou tal equilíbrio passa a acreditar que aquilo que segue (fora do ser) é uma verdade. Da qual se torna uma verdade pessoal (dentro do ser), o que diz que um único denominador em comum gerou tanto o Equilíbrio Emocional como o Vazio emocional (processos cerebrais). Em outras palavras, uma nova ideia foi intensificada e se tornou agora uma nova verdade a ser seguida.

Acredito que seria muito interessante se pudéssemos contar desde pequenos quantas crenças deixamos para traz e quantas utilizamos baseadas nesta dinâmica entre prazer e dor.

Aquilo que sentimos não trabalha visando respostas racionais, de fato busca satisfazer suas questões pessoais de forma racional, mas sim respostas que satisfaça aquilo que desejamos ou queremos atingir ou buscar. Começamos com uma ideia que pertence ao mundo das fantasias, e como tal ideia está intensificada ao ponto de fornecer equilíbrio, o individuo (consciente) não percebe que está sobre a influência inconsciente, e irá agir de acordo com tal influência. O que também é conhecido como ilusão do livre arbítrio.

Por causa dessas tentativas, de fazer uma ideia se tornar algo real, para que tenha sentido sua existência, então este individuo irá procurar meios para que sua posição de alguma forma se torne verdadeira. Podem se utilizar da ciência para tentar encontrar deus, podem ignorar a ciência para aceitar e abraçar a deus, podem utilizar de absurdos para que sua ideia sobre deus  seja valida, utilizam o sentir como principal fonte de evidencia para aquilo que se é acreditado. Em diversos casos, como os mencionados anteriormente, nada mais é do que ignorância por não levar em consideração os processos que obrigam o individua a agir de determinada forma.

Quem sou eu?O que é ser?Qual o sentido do eu-ser?
“Para que viver”? “O que Ser”? “Quem determina se devo viver e como viver”?

Essas questões por mais que possuam relevância racional, possuem maior relevância emocional. Através de impulsos inconscientes e de diversos processos, somos capazes de fazer tais questões.

Saber para onde vamos de onde viemos nos oferece a satisfação e o prazer de termos uma identidade, de termos um motivo para nossa existência. Essas questões nos motivam a buscar uma resposta sobre a realidade da humanidade. Sem essa pressão do Vazio Emocional, não teríamos motivos para buscar uma resposta para essas perguntas, já que tais perguntas não faria sentido de ter uma resposta. Mas talvez o que de fato nos oferece um motivo para nossa existência não seja a existência de um ser como deus, por exemplo, mas sim a ideia que se torna uma verdade pessoal, motivando o ser a seguir em frente em sua jornada.


Antes de buscar uma resposta de quem somos ou para onde vamos, ou até mesmo qual o motivo de nossa existência, primeiramente devemos compreender como funcionamos, quais nossas limitações, quais os processos que fazem isso ou aquilo, e como eles interagem nos fazendo agir de determinada maneira. Tanto São Tomás de Aquino como Edith Stein, falharam neste exercício. O que acaba invalidando ou deixando de canto, diversos argumentos utilizados por ambos. Principalmente aqueles que envolvem a natureza da existência do ser.


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Item Reviewed: O argumento contra o valor Existencial do ser - Uma análise sobre a Obra de Edith Stein e sua posição sobre São Tomás de Aquino Rating: 5 Reviewed By: Gabriel Orcioli
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