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sábado, 22 de novembro de 2014

Gabriel Orcioli A Falha do Argumento da Fé - A Cegueira Religiosa e a Falsidade da Fé

        'O caráter é o resultado de nossa conduta, não de nossa Fé' - Gabriel Melo


Nem todos podem ou são capazes de conviver com a realidade. Para muitos a realidade é um fardo, para esses que sentem o peso da realidade, buscar um realidade subjetiva é a melhor forma de continuarem a viver.

Não é de hoje que venho analisando a crença religiosa e como tal crença cega o individuo. No passado tentava entender como aquilo que sentimos bloqueia ou nos impede de ouvir e seguir o caminho da razão.

O comportamento religioso é fácil explicar e também é fácil compreender, porém não é somente a ideologia religiosa que nos cega.

Algo que analisei conforme o tempo passa é a forma em como um ideia se torna uma verdade pessoal, e a única forma de isso acontecer é através de intensificações emocionais. O problema é que quando uma ideia foi intensificada ao ponto de se tornar uma verdade absoluta, neste ponto não existe razão ou qualquer evidencia que impeça do individuo continuar a seguir tal caminho.

Tal questão se repete no agnosticismo, no teísmo, ou em qualquer outra forma de crença seguida de uma ideia, inclusive em relação as crianças. O ser que atinge o patamar adulto, deixa as crenças infantis de lado, porém como agora é adulto, tal processo que era infantil agora se tornou algo complexo, mais amplo, mas o processo de crença continua o mesmo.

O interessante é que conforme evoluímos amadurecemos e nos tornamos cada vez mais seres dotados de razão e a própria obriga os indivíduos deixarem suas crenças infantis para adquirirem crenças para o nível de conhecimento e maturidade de um individuo adulto.

Nossas emoções (aquilo que sentimos) tem apenas um propósito dar significado aos objetos ao nosso redor, seja eles pessoas, objetos do dia a dia, e até mesmo ideias. Perceba que para todos, seja algo imaginário ou algo real, as emoções trabalham da mesma forma.

Quando um teísta diz que aquilo que sente prova alguma coisa, ele é um tremendo de um mentiroso e não faz ideia do que está dizendo. Se ele soubesse do que fala, ele não falaria que o que sentimos prova alguma coisa. Vamos analisar isso mais a fundo conforme o argumento prossegue.

Qual a diferença entre um sonho e o  mundo real emocionalmente falando¿ Se pararmos para pensar, nenhuma. Alguns sonhos são tão reais que sentimos as sensações como se estivéssemos vivendo o sonho. Podemos sentir as paredes, sentir o cheiro do ambiente, podemos conversar, podemos sentir os pés debaixo de nossos pés, e o mais importante, podemos sentir como se fosse na vida real.

Podemos sentir como é morrer em um sonho. Podemos ter uma ereção, podemos sentir o amor, prazer, insatisfação, tristeza, alegria, entre diversas outras emoções. O problema é que em um sonho sentimos o mesmo que sentimos na vida real. Está é uma forte evidencia de que o que sentimos NÃO PROVA QUE ALGO É REAL. O que sentimos serve para dar significado as coisas e objetos ao nosso redor.

Quando uma pessoa se utiliza da Fé como desculpa para seguir qualquer besteira que ela queira seguir, está mesma pessoa está ignorando completamente o paragrafo acima.

Se não bastasse, o argumento que eles utilizam somente consegue ser valido, utilizando o argumento da ignorância, ignorar a razão e o conhecimento, ignorar as implicações do que está dizendo e aceitar, abraçar como um verdade toda forma de absurdo provida de tal posição.

Se lhe dizem a Fé é algo racional, lhe digo o oposto. Porém a fé não é algo irracional, na verdade a Fé é algo totalmente Emocional.

A Fé pode ser entendida de outra forma, que é bem mais coerente, da qual chamamos de Sentimento de Certeza. No mundo teísta dizer a palavra Fé é ok, porém utilizar a mesma palavra para dar validade a algum argumento dizendo que os ateus ou agnósticos também possuem fé, não é algo prático e coerente a se fazer, tanto porque, qualquer pessoa que sabe o que tal argumento quer dizer pode virar pra você e dizer que sua posição continua inválida.

Os defensores da Fé ignoram os processos cerebrais que geram o sentimento de certeza, e como não compreendem o porque são levados a acreditar em algo, então passam a dizer que tal processo é deus quem é o responsável. Como tendem a serem ignorantes sobre este assunto, eles estão utilizando o argumento do deus das lacunas. Para quem compreende o erro teísta, perceberá que eles estão chamando de deus aquilo que é conhecido como inconsciente, pois é ali que está o processo que permite o teísta dizer que aquilo que ele sente prova a existência do deus que ele segue.

Porém vamos explicar o porque estão cometendo um erro absurdo e por causa disso são vistos como ignorantes e como manipuladores enganando milhares de pessoas através de uma ideia falsa.

Minha certeza não está voltada para acreditar no ateísmo, mas pelo fato de saber que a posição teísta é praticamente impossível de ser aceita como verdadeira.

Quando um teísta diz que a Fé prova a existência do deus que eles seguem, como disse acima somente ignorando e aceitando absurdos tal posição é possível de ser aceita como verdadeira.

Ø     O argumento da ignorância

Muitos teístas por não compreenderem como o sentimento de certeza e necessidade trabalham, acreditam que existe algo de especial em relação ao que sentem. Como não podem explicar adequadamente o porque ou como, então utilizam o argumento da ignorância para colocar deus onde não existe. Como eles sentem que existe, logo todo o processo cerebral faz o individuo buscar somente a razão de sua vida, no caso o teísmo, e assim fechar seus olhos para tudo aquilo que não está de acordo com aquilo que resolveu seguir. Mas no fundo, existe apenas um motivo para o individuo perseguir sua religião assim: Prazer. Do qual trará satisfação, felicidade , sentido de vida, conforto, confiança, o que obrigará o individuo a buscar somente aquilo que agora acredita. Mas isso também acontece no ateísmo, agnosticismo, logo somente de analisarmos este ponto, já verificamos que nossas emoções não provam que algo é real, apenas dá significado aos objetos em nossa volta. Nada mais. Se a realidade não agrada, não me culpe, culpe seu argumento falho.

Ø     Aceitação de Absurdos

Um dos pontos aos quais os teístas ignoram é a questão da aceitação de absurdos. Eles tendem a ignorar completamente as implicações do argumento que está utilizando. Irei fazer uma parábola:

Um homem sábio, dotado de conhecimento, sabia que a ponto logo a frente não estava apta para as pessoas passarem por ela. Ele mesmo verificou isso e até perdeu amigos que não acreditaram em suas palavras. Porém, um teísta aparece na cidade, e quer atravessar a ponte. O sábio rapidamente lhe diz que isso é impossível, porém o teísta diz que ele tem que ir por tal caminho, pois ele não segue através de evidencias mas sim pela fé.

Ignorando os avisos e principalmente ignorando as implicações daquilo que ele estava dizendo, o teísta decidiu seguir tal caminho e andar sobre a corda. Bem, o final deste individuo não foi diferente dos amigos do sábio que morreram ao tentar atravessar a ponte. A moral da história diz assim, que se você seguir aquilo que sente cegamente, o único lugar que estará disposto a lhe abraçar, será o mesmo que levou o teísmo a morte, a cegueira daquilo que sente.

Bem, na vida real, os teístas fazem a mesma coisa. Então vamos as implicações e aos absurdos.

1.                      Se um teísta diz que segue pela fé (o que sente), então uma criança por sentir e acreditar que existe papai noel, tem uma prova de que papai noel existe, da mesma forma que contos de fadas e lendas. Tudo o que tem que existir é que a pessoa acredite e diga que o que sente torna algo real.

2.                      Se um teísta diz que o que sente é verdadeiro, então temos um problema enorme, pois através daquilo que sentimos, um budista estaria pregando a verdade, um judeu estaria dizendo a verdade, um satanista estaria dizendo a verdade, um umbandista estaria dizendo a verdade, um muçulmano estaria dizendo a verdade, bem, eu poderia continuar dizendo isso, até chegar aos 10500 deuses mais comuns acreditados pelos humanos.

Se qualquer um dos teístas acima dizem que o que sentem é a prova de alguma coisa, então todos que dizem a mesma coisa, também estão sentindo que possuem provas da existência do deus que seguem.

Toda vez que um teísta utiliza o argumento da fé ele se esbarra nesses absurdos. O mais intrigante é os teístas tentando dizer que o deus cristão é o verdadeiro ou qualquer um dos teístas que acreditam em alguma forma de deus. Eles realmente acreditam que através daquilo que sentem podem provar que o deus dele é real, porém um outro teísta de uma crença muito diferente dirá a mesma coisa e utilizará argumentos muitos parecidos para provar que aquilo que sente é real.

É interessante como o que sentem os cegam para admitir o óbvio. É como dizer que dentro do forno está um bolo que você está fazendo e a pessoa não acredita que tu está fazendo um bolo. Ela está vendo o forno ligado, a temperatura em 150 graus, ela até mesmo sente que o forno está quente, porém a pessoa não consegue acreditar e mesmo verificando o mesmo, é possível que a mesma ainda não consiga aceitar o óbvio.

Nossas emoções são importantes por nos fornecer um sentido de vida, porém nos cega levando ao absurdo aquilo que sentimos. Tornando ideias falsas em verdades absolutas.

Não é que a pessoa não possa ver, mas sim que ela está sendo influenciada a não ver. Por este motivo que não os ofendo de ignorantes ou loucos, eles são pessoas incapazes de verem o óbvio.  O mesmo vale para aqueles que seguem o ateísmo da mesma forma que um teísta. Ambos estão cegos e não podem ver o óbvio. Ao menos o ateísmo é bem mais aceitável que o teísmo.

3.                      Se o que sentimos prova que algo existe, então o que não sentimos provaria que o mesmo objeto não existe.

Se o teísta diz que deus existe baseado no que sente, então qualquer ateu estaria provando que deus não existe. Para se ter uma ideia de como os teístas ignoram tal argumento, os próprios teístas são ateus em relação a todos os outros deuses, em outras palavras possuem a mesma crença que um ateu, porém com uma diferença de que eles acreditam em apenas um deus.

Porém está mesma posição teísta, demonstra que o deus que acreditam existe, por causa daquilo que sentem, e pelo fato de não sentirem o mesmo em relação aos outros deuses, logo aquilo que eles não sentem prova que os outros deuses não existem.

Como eles ignoram tal absurdo, tal implicação, eles não são capazes de ver o óbvio. Se a fé é algo racional, até o momento não encontro sequer um ponto que transforme a Fé em algo racional. Até hoje todas as tentativas de mesclar Fé e Razão falharam, e todas as tentativas de mesclar Fé com Realidade falharam.

Como os teístas possuem somente a Fé para se agarrar ao que acreditam, então é super comum e normal defenderem e tentarem provar que aquilo que sentem é real, pois justamente aquilo que eles sentem o obrigam a fazer justamente isto.

Se eu amo minha esposa irei demonstrar isso, pois eu quero que ela continue ao meu lado, porém se eu não a quero mais ao meu lado, basta parar de fazer aquilo pelo qual ela se apaixonou por mim.
Percebemos novamente que o que sentimos nos obriga a manter aquilo que é o objeto de nosso prazer, e estaremos dispostos a fazer praticamente qualquer coisa, como comer grama, matar outra pessoa, só para mantermos aquilo que sentimos.

4.                      A ideologia Nazista estava correta

Se o teísta utiliza o argumento de que o que sentimos é verdadeiro, então o que Hitler sentia em relação ao Nazismo prova que o nazismo é verdadeiro. Percebemos que a ideia de algo intensificada ao ponto extremo em relação as emoções se torna uma verdade absoluta. Portanto baseado no que os teístas dizem sobre o sentir, Hitler estava fazendo algo verdadeiro e o que ele sentia provava que a ideologia Nazismo era verdadeira e única notável para ser seguida.

Ignorar tal argumento é o mesmo que dizer que, o que sentimos não prova que algo é real. O que sentimos apenas prova que somos capazes de sentir.

Então, ao que mais a cegueira religiosa através da Fé se assemelha¿

Ø     Estilo Musical: Todos nós temos um, mas o processo da ideia principalmente emocional é o mesmo. Uma pessoa que não é eclética, tende a preferir somente um estilo musical e ignorar os outros, até mesmo podendo ofender outras pessoas por não seguirem ou ouvirem o mesmo estilo musical que eles.

Ø     EQMs: Seja elas com ateus ou com teístas, as EQMs são tão intensificadas que mudam completamente a perspectiva de vida do individuo, o fazendo seguir exclusivamente aquilo que se tornou uma verdade pessoal. Eles tendem a passar a viver melhor e a tentar convencer as pessoas daquilo que sentiram como algo verdadeiro. Porém, com tantas EQMs diferentes e a postura de tantas pessoas serem a mesma em relação ao que sentem, podemos chegar a um acordo de que algo que todas essas pessoas tem é o responsável por essa intensificação, e o responsável por tais intensificações são os diversos processos cerebrais.

Ø     Amor descontrolado e obsessivo: Você já deve ter ouvido falar de pessoas que matam outras pessoas por amor, por causa da perda, ou fazem loucuras por não conseguir controlar aquilo que sente. Mesmo que seja óbvio que a pessoa não deve tomar tal atitude a pessoa segue lá e faz. Em alguns casos a pessoa nem sente remorso daquilo que fez, pois aquilo que a pessoa sente faz a pessoa sentir que aquilo que ela fez não é algo ruim. Porém está é mais uma forma de demonstrar que aquilo que sentimos tende a nos cegar.

Ø     Traições: Traições possuem a mesma lógica de busca por prazer. A pessoa sabe que o que está fazendo é errado, mas mesmo assim, por causa daquilo que ela está sentindo no momento ela vai lá e traí. Muitas pessoas nem sentem remorso, principalmente quando está em cima de outra pessoa na cama, enquanto seu marido ou esposa está acreditando em fidelidade, de fato, o remorso nem passa na cabeça dessas pessoas principalmente no prazer. E em mais um caso temos o que sentimos nos levando a cometer diversos erros e ferrar com quem sabe com uma família inteira por não termos maturidade para lidar com nossas emoções.

Ø     Radicalismo: Qualquer movimento radical é cego pela ideia que segue. Diversos grupos radicais no mundo são conhecidos por sua selvageria e por sua maneira de se impor perante a sociedade. Hitler foi um deles e assim ainda existem milhares de pessoas que acreditam tão intensamente em uma ideia que estão dispostos a tirar a vida de outras pessoas por causa daquilo que sentem. Os movimentos radicais são os mais cruéis que temos ao redor do mundo e este também é uma demonstração de que nossas emoções os levam para mais problemas do que soluções.

Ø     Visão estreita: Nossas emoções nos obrigam a ter uma visão estreita ao invés de uma visão ampla. Ignoramos o conhecimento, a razão para satisfazermos nossas vontades. Porém está visão estreita nos leva a fazer loucuras por qualquer ideia que seguimos. Mais uma vez temos as emoções demonstrando que ela apenas dá significado as coisas e não demonstra que algo é verdadeiro.

Ø     Apego: O apego também é outra questão emocional muito importante, assim como o ciúmes também é. Em ambos os casos, tanto no ciúmes e também em relação ao apego, temos novamente nossas emoções bloqueando a razão de fazer um bom trabalho, em consequência vemos coisas que não deveríamos onde não existe.

Ø     Necessidade e Carência: Em ambos os casos o que sentimos pode nos levar a diversos problemas, se o que sentimos de fato prova que algo é real, então os necessitados e mais carentes provam que suas ideias também são válidas, exceto que estão cegos por causa daquilo que sentem.

Conclusão

Não importa para onde o teísta corra utilizando o argumento da Fé, ele sempre, eu lhe digo SEMPRE, estará em apuros ao utilizar este argumento. Seja na aceitação de absurdos ou ignorando as implicações de seu argumento. Não importa, o que sentimos não prova que algo é real, eles apenas estão negando o óbvio de que nosso cérebro é capaz de intensificar o que sentimos ao ponto de uma ideia sem qualquer sentido se torne algo especial e necessário. Como consequência da ignorância, eles conseguem apenas encontrar boas razões para continuar a seguir aquilo que lhe traz prazer, felicidade e sentido de vida.

Não é que eles não podem ver o óbvio é porque a visão deles foi bloqueada por uma muralha da china chamado crença pessoal, intensificada ao ponto de ser aceita como uma verdade absoluta pessoal.  Querendo ou não, eles estão com os olhos bem abertos mas não podem ver a cobra que está prestes a morder a perna deles.

Se a fé prova alguma¿ Claro que não. Utilizar a fé, é um dos argumentos de último recurso utilizado por qualquer pessoa para defender sua posição como uma forma de ser válida, bem isso apenas demonstra que a pessoa está desesperada para que o que ela siga seja aceito como verdadeiro, caso contrário a pessoa não tem nada do qual se segurar. Algumas pessoas não podem viver com a realidade objetiva do universo, então é muito mais agradável e confortável seguir qualquer realidade subjetiva como se fosse uma realidade objetiva. Além de cegos, querem que a ilusão deles faça parte de todas as pessoas, quando eles não são capazes de lidar com a verdade debaixo do nariz deles.


Obrigado por ler.


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