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quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

A Falha do argumento teísta do 'Sentir'


É muito comum o teísta utilizar este argumento como algo válido. Um dos debates que travei com uma pessoa muito importante de forma pessoal, meu pai, que tem mais de 35 anos de experiência com a religião Adventista.

Este debate teve dois pontos importante:

1.                      O que sentem como desculpa para seguir o que desejam
2.                      O que sentem impedem deles saírem daquilo que seguem.

No primeiro caso é o famoso argumento falho da Fé misturado com sentir deus de forma pessoal. O que acontece neste primeiro caso é que eles ignoram as implicações do argumento que estão utilizando e aceitam absurdos.

Ignoram as implicações pois, existem cerca de 2 Bilhões de deuses dos quais as pessoas dizem que todos são verdadeiros e sentem a mesma coisa. O que demonstra que nenhum deles existem e que todos possuem um mesmo denominador em comum, capaz de transformar uma ideia como a ideia de algum deus em particular, personificando-a e transformando em algo pessoal a ponto daqueles que seguem acreditarem como uma verdade absoluta.

Quando as pessoas se encontram neste nível de sentir que uma ideia é uma verdade absoluta, pode esquecer qualquer evidência ou argumento, essas pessoas estão além deste requisito. Elas estão seguindo, não por ser uma verdade através da razão, mas por ser uma verdade emocional que foi intensificada a ponto de moldar toda  a vida da pessoa.

Na segunda parte é interessante pois aquilo que elas sentem, obriga a pessoa a continuar a seguir a ideia que escolheu e que se tornou uma verdade absoluta. Por exemplo, se o ateísmo está enraizado em você de tal forma que o vê como uma verdade absoluta, o mesmo problema de um teísta aconteceu contigo.

Toda ideia chega a um ponto ao qual se torna a razão de vida de uma pessoa, até mesmo meu pai que possuía tantos anos de experiência ele percebeu que seus argumentos erram fracos, e mesmo que concordasse com minha posição ele justificava continuar seguindo suas ideias da seguinte maneira:

- Eu não posso simplesmente deixar o que sigo

E isso é um fato. Se ainda tivesse aquele conhecimento que eu tinha no passado, provavelmente eu chamaria ele de cego, entre outros nomes que damos as pessoas que continuam no erro. Porém desta vez, eu fiz algo diferente, simplesmente eu disse que era verdade e expliquei o porque ele iria continuar a seguir tal caminho.

Quando uma ideia se torna uma verdade absoluta e permanece por muito tempo com alguém, quanto maior o tempo, maior o vinculo com está ideia, quanto maior esse vinculo maior é a intensificação do mesmo. Quando essa ideia ultrapassa o limite das evidencias, as pessoas seguem aquilo que sentem.

Um exemplo que posso lhe oferecer são os ateus e teístas que passam por EQMs (experiências de quase morte), estas experiências são tão fortes e tão intensificadas emocionalmente, que não importa a evidencia que tu demonstre, nem mesmo diga o porque e como aconteceu, a pessoa ainda continuaria a acreditar naquilo.

Essa intensificação passou o limite de evidencias.

O intrigante é que a pessoa não está chega, de fato ela pode ver, porém é como se aquilo que sentíssemos colocasse uma parede obstruindo tudo aquilo que possa fazer a pessoa se afastar daquilo que pensa e acredita ser verdadeiro.

É como muitas pessoas que se afastam de pessoas que podem desmascara-las. Se a mascara cair, a pessoa caí junto, só que ela não vai querer perder o que possuí, então antes de acontecer algo ruim a essa pessoa, ela se afasta daqueles que podem desmascara-la.

É um processo parecido com a cegueira trazida por aquilo que sentimos. A paixão sem controle é outro ótimo exemplo. Quando a pessoa está apaixonada ao ponto de estar cega, tal pessoa não possuí o suficiente para ver o mal que está fazendo a si mesmo e a pessoa que ama. Em alguns casos de termino, é visto agressões e até mortes, como suicídio ou homicídio.

O que mais me entristece é que, se essa pessoa não estivesse sobre o efeito de tal emoção, ela jamais teria feito aquilo. As emoções nos cegam, assim como a raiva.

É intrigante está questão pois isso acontece com frequência com os religiosas e com diversos ateus, principalmente os ateus iniciantes e com pouco conhecimento.

Para eles o que sentem é tão real que conseguem ver apenas aquilo que seguem. Eles não sabem para onde vão, mas sabem para onde o prazer da ideia que possuem podem o levar, então vivem para isso mesmo que seja uma ilusão. Como uma criança que não sabe que o papai noel não existe, e fica esperando que ele apareça no natal.

Em ambos os casos a ideia de deus e a ideia de uma criança esperando o papai noel, possuem a mesma validade e o mesmo processo que a transforma em uma verdade absoluta. Sabemos que acontece o mesmo em adultos que também acontece com as crianças, aquilo que sentem transforma uma ideia em uma verdade absoluta, da qual não adianta tu dizer para uma criança que papai noel não existe e muito menos ficar oferecendo evidencias. Enquanto a criança não deixa de estar sobre efeito da ideia que se tornou verdade absoluta, não importa a evidencia que tu mostre, ela continuará acreditando. É como se a pessoa colocasse uma parede entre a verdade e aquilo que deseja que fosse verdade.

O mesmo acontece com os adultos em ideias mais complexas como a ideia de deus. O processo é o mesmo, só que agora existem diversas outras questões importantes levadas em conta. Mas de qualquer forma, a diferença entre a crença em papai noel e a crença em um deus, é a mesma e possuí o mesmo processo de criação de uma verdade absoluta.

Existe um ponto ao qual é possível salvar essas pessoas mas não é possível salva-las enquanto elas não querem se salvar.

Uma criança conforme passa o tempo, ela percebe que a ideia de papai noel é apenas uma ideia, e então tal ideia começa a perder sua intensificação e o que a criança sente em relação a essa ideia começa a desaparecer. Enquanto começa a desaparecer a criança começa a ver mais claramente que o que ela via não era real, não era verdadeiro e sim que ela transformou aquela ideia em verdadeira. Quando a maioria dos pontos que transformam o papai noel em um verdade são derrubados, então a criança deixa de acreditar em papai noel.

Então aqui podemos observar dois pontos importante:

1.                      Com o passar do tempo a criança começou a ver que tal ideia era apenas uma ideia comum, com nada de especial.

2.                      Conforme os pontos que transformaram a ideia de papai noel em verdade, foram derrubados em sua maioria.

Analisando os adultos, enquanto eles não atingem o ponto de não estarem tanto assim sob o efeito de sua crença, é neste ponto que eles estão aptos a verem e a começarem a questionar aquilo que segue. O problema é que adultos são mais complexos que as crianças, então enquanto a grande maioria das dúvidas e questões que possuem não forem satisfeitas da maneira que ele espera, ele continuará a encontrar motivos para continuar em sua crença.

Aqui entramos no segundo ponto, se a maioria das duvidas não forem sanadas e a maioria dos pontos importantes de tal crença não forem derrubados, a pessoa continuará no caminho que estava perseguindo, quer seja em outra religião ou em outra ideia. Porém quando a maioria das questões são respondidas a pessoa perceba a ideia infantil que estava seguindo.

Então a pessoa deixa totalmente  tal ideia de lado e a passa a ver como infantil. Em muitos casos as pessoas olham para trás e percebem o quanto de tempo que perdeu em sua vida, algumas ficam irritadas por serem manipuladas pela religião outras buscam satisfazer-se através do conhecimento e das descobertas científicas.


Lembro-me de como foi para mim me libertar da religião, é inevitável não esquecer uma ideia que era importante, como foi pra mim os contos de fadas e a ideia de papai noel, ainda lembro-me de como era sentir tais ideias que um dia alcançaram o patamar de verdade absoluta. Hoje, que estou liberto das garras da religião posso ver claramente todas as falhas que eu não via antes, me libertei da forma ignorante e arrogante de como eu defendia tal ideia.

Ignorava as implicações de meus argumentos, ignora os absurdos de minha posição, mas não era porque eu queria, muito pelo contrário, porque eu estava sendo obrigado a agir daquela forma. Estava sendo influenciado por essa verdade absoluta a agir de determinada forma e em muitos casos até de forma desumana.

Para se libertar de qualquer ideia, primeiro deve ser capaz de questionar aquilo que segue e em segundo lugar os principais pontos devem ser derrubador.

Porém, deixei o melhor para o final, se a pessoa tiver alguma conexão com tal ideia e achar ou vivenciar que o oposto não oferece o mesmo (o que acontece com frequência), a pessoa voltará ou continuará a viver tal ideia.

Um rapaz tinha acabado de sair da religião e se tornado ateu, ele disse que quando era teísta não tinha problemas com certos pensamentos em relação a suicídio e esse tipo de coisa. Minha resposta pra ele foi explicando o porque estava acontecendo aquilo e no final lembro que disse que nem todos podem aguentar o Vazio emocional que é provido após o termino de uma ideia que era necessária e importante.

Lembro-me que ele continuou como teísta, ao menos os pensamentos de suicídio não o incomodam mais.

A lição que eu tirei também com essas questões é que:

1.                      Nem todos podem se afastar de uma ideia, caso contrário podem morrer ou cometer algum absurdo. Então é melhor que eles continuem a viver uma ilusão que o impede de cometer uma desgraça e acabar com a vida de diversas pessoas, do que ele viver a verdade, não aguentar a verdade e ainda prejudicar diversas pessoas com isso. Exceto os fanáticos, os radicais, os fundamentalistas e militantes que estão dispostos, em casos extremos a matarem e a prejudicarem milhares de pessoas, neste caso essa ilusão deve ser combatida custe o que custar, por outro lado, algumas ideias não são tão prejudiciais.

2.                      Nem todas as pessoas podem conviver com a verdade, tanto por desgaste emocional como também por não se sentirem completos ao viver uma realidade. Assim como o Saifer no filme Matrix que conseguiu se libertar da matrix, escolheu preferir viver uma ilusão do que a verdade conseguindo um acordo para viver na matrix. A verdade nunca é tão bela quanto a mentira e uma mentira sempre será prejudicial.

Tenha algo em mente, muitas pessoas não aguentam a verdade e não podem viver a verdade. Se elas perdem a ilusão que possuem, seu mundo se torna em ruinas, deixa de ter valor, deixa de ter o brilho que elas procuram, e como consequência acabam prejudicando a si mesmas e a alguém próximo.

Casos sobre o Vazio emocional encontraramos com frequência, pode ser percebido em pessoas que cometem suicídio ou que tentam o suicídio principalmente. Como elas perderam o Equilíbrio emocional e não compreendem como o Equilíbrio emocional e o Vazio emocional trabalham e servem, a pessoa começa a acreditar que o que sente é real. Então se ela está sobre o efeito do Equilíbrio emocional a pessoa tende a se sentir bem, a ter motivos para viver e etc, porém quando atinge o Vazio emocional, o oposto se percebe, a pessoa perde o brilho de viver e o mundo perde o sentido. Como a pessoa não sabe lidar com tais questões, ela acaba acreditando que o problema está nela, e como solução comete o suicídio. Acho interessante ver as notas ou recados que tais pessoas deixam. Se elas soubessem que é comum e normal passarmos pelo Vazio emocional e o Equilíbrio emocional, elas perceberiam que, isso acontece conosco desde quando éramos crianças.

Se parar para pensar, toda vez que sentiu dor, foi magoado, toda vez que entrou no vazio emocional, mudamos de posição, mudamos evitando a dor e  buscando novamente o Equilíbrio emocional. É um ciclo sem fim, Vazio emocional para equilíbrio emocional, Equilíbrio emocional para Vazio emocional.

Algumas ideias ficam no Equilíbrio emocional por muito tempo, podendo durar a vida inteira, como por exemplo, o equilíbrio emocional que traz aos pais de saberem que seus filhos estão bem e que conseguiram fazer um bom trabalho com eles. Por outro lado, o Vazio emocional também procede, principalmente em pais que sabem que seus filhos não estão bem e que não fizeram um bom trabalho come eles. A dor neste caso é muito terrível. Um outro exemplo, são as mães que perdem seus filhos. Compreendo que os pais também sentem um dor terrível mas jamais será comparada a da mãe. O Vazio emocional procede novamente.

Toda vez que a coisa se tornou chata e começamos a perceber que o que fazemos não nos oferece a alegria de antes, começamos a sentir um Vazio e este vazio nos leva a mudar ena procurar algo que possa substituir o prazer antigo por um novo prazer. Entramos novamente no ciclo e nem percebemos, acreditando que tem algo de errado conosco quando isso não é tão relevante quanto imaginamos. E isso acontece pelo resto de nossas vidas. É algo normal e comum. O problema são as pessoas que não sabem disso.

O Equilíbrio emocional te obriga a manter-se na posição que se encontra, quando este equilíbrio começa a diminuir, pessoas que não sabem o que ele é, começam a achar que tem algo de errado come elas, e começam procurar como loucas uma resposta no mundo por não compreendem como o mundo interno trabalha.

O Vazio emocional impera e obriga a pessoa a procurar uma resposta para se livrar do Vazio emocional e trazer de volta o Equilíbrio emocional.

O termino de um namoro e o começo de um novo namoro.
O Divórcio e um novo casamento.
A morte de um filho e o nascimento de outro filho.
O Batismo.
Do ateísmo ou teísmo, para o teísmo ou ateísmo.
Uma paixão que termina outra que começa.
Papai noel morre, deus surge.
Uma ideia que morre e outra que surge no lugar.

Quando pararmos para avaliar que são ciclos ao qual passamos por toda nossa vida, começamos a compreender melhor o porque nos sentimos de determinada maneira dia sim e dia não. E até mesmo percebemos quando estamos em uma mudança emocional. Como por exemplo, em relação ao termino de um namoro ou casamento, podem destroçar a pessoa emocionalmente obrigando-a a entrar no vazio emocional, podendo até cometer suicídio ou matar alguém, em muitos casos o tratamento psicológico acontece tanto para depressão como estresse.


Por isso o teísta não pode se afastar de uma determinada ideia, não porque ele não possa, mas pelo fato de estar sobre o efeito daquilo que acredita, sobre o efeito de suas próprias emoções que o faz sentir que aquilo que segue é real. Muitos deles não estão dispostos a perder aquilo que lhe traz prazer e satisfação, se não for por um motivo muito importante e necessário.


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