É muito comum os teístas
simplesmente aceitarem uma determinada posição e não aceitarem de forma
coerente a mudanças ou argumentos superiores aos que utilizam.
A um bom tempo venho utilizando
diversos argumentos interessantes, um deles, é um dos meus favoritos e através
dele consigo invalidar o argumento da Fé e o Argumento Pessoal. Existe duas
formas que gosto de utilizar este argumento:
1.
Através do que vemos ao nosso redor
2.
Através das descobertas sobre como funciona nosso cérebro
Hoje, irei abordar o segundo caso,
e falar um pouco em como somos programados e o que seria essa programação.
Muitas pessoas possuem um
computador. Eles o utilizam no decorrer do dia a dia para diversão, entretenimento,
trabalho ou passa tempo. Um computador é programado por vários especialistas,
desta forma podemos utilizar nosso computador adequadamente. Se faltar alguma
peça como o Hard Disk, acontece erros, da mesma forma se faltar memória, falta
a Tela, faltar a placa mãe ou a fonte. Bem, se faltar qualquer uma dessas
peças, o computador tende a dar erro e mesmo que o computador tenha sido
programado adequadamente para funcionar, mesmo assim conteria erros. Porém, o
computador não possuí capacidade de pensar sozinho, se programar sozinho, de
sentir e tocar.
O ser humano é um computador muito
sofisticado. Temos não apenas a programação, mas possuímos muitos mais do que
computadores como a capacidade de tocar, sentir e principalmente a capacidade
de se auto programar. Essa parte faz muitos teístas ficarem insatisfeitos, já
que os mesmos, em sua grande maioria acreditam que essa programação e tudo o
que somos veio a existência graças a alguma Divindade, porém, quanto mais
estudados e buscamos conhecimento, mais podemos ver a não necessidade de uma
divindade para que esses processos aconteçam.
Dada a quantidade de pessoas no
mundo e também dada a quantidade de pessoas que acreditam e creem em algo, é
muito improvável afirmar que aquilo que sentimos prova a existência de alguma
coisa. Quando temos a influência de algum objeto externo, iremos sentir algo em
relação a este objeto, porém Divindades não vem a existência a partir de
objetos externos mas sim de influências e processos internos. Dada a quantidade
de pessoas que dizem que aquilo que sentem prova a existência de algum Deus, é
muito improvável chegar a conclusão da existência de um ser divino, dada a
quantidade de pessoas que acreditam em diversos deuses diferentes, é impossível
saber qual é verdadeiro baseado naquilo que sentimos.
O mundo evoluiu, e o conhecimento
moderno, surpreende cada vez mais. Enquanto alguns ignoram a importância do
conhecimento moderno, mesmo que entrem em contradição pois tudo que utilizamos
hoje é graças ao conhecimento, essas pessoas tendem a não aceitarem
adequadamente as evidencias, por dois motivos:
Ø
Baseado no nível de intensificação de uma
determinada crença, ideologia ou filosofia, este individuo é programado a não
aceitar qualquer coisa que possa influenciar negativamente sobre aquilo que ele
acredita.
Ø
Algumas pessoas simplesmente negam o
conhecimento, pois querem negar. Eles não ‘precisam’ do conhecimento moderno
para seguirem aquilo que acreditam, então negam.
No primeiro caso o individuo é
obrigado a seguir aquilo que sente, tanto que aquilo que ele sente, influencia
tanto que o individuo não tem escolha. Podemos observar essa forma de obrigação
através das experiências de quase morte e também podemos observar esse tipo de
posição de mente estreita em pessoas fanáticas, preconceituosas, radicais,
militantes, que aceitam algo como uma verdade absoluta, que trocam a realidade
objetiva por uma subjetiva. Aqui não importa se o individuo é ateu ou teísta,
os pontos mencionados acima, podem ser encontrados tanto no ateísmo como no
teísmo. Porém no teísmo encontramos essas pessoas com maior frequência.
Essas pessoas mencionadas acima,
tendem a possuir um grau de maturidade em níveis comuns ou abaixo dos níveis
esperados, como consequência a programação do individuo é voltada para defender
tal posição não importa o que possa acontecer. Essas pessoas seguem o que
sentem, seguem o que o seu instinto diz. Assim como uma criança que não possuí
a razão ou a inteligência para conseguir controlar seu instinto, muitos adultos
também seguem seu instinto.
Podemos dizer que esses adultos
ainda são como crianças que não querem crescer emocionalmente pelo fato de
receberem prazer, satisfação, sentido, daquilo que sentem. É muito complicado
lidar com pessoas assim, tanto porque elas negam a lógica, a razão, o
conhecimento, principalmente se tais pontos importantes vai diretamente contra
aquilo que acreditam. Porém, se aquilo que foi dito estiver de acordo com
aquilo que seguem, eles tendem a aceitar.
Diferentemente de um computador,
não precisamos de um Programador para programar quem somos, muito pelo
contrário, desde o momento em que começamos a ser gerado, começamos a ser
programado de acordo com nosso ambiente. Uma criança não sabe o que é certo ou
errado, isso quer dizer que não nascemos com qualquer senso de moralidade, o
que demonstra que a moralidade não provêm de deus, caso provesse desde pequenos
saberíamos o que seria o certo ou errado. Através da programação de nosso
ambiente, acabamos acreditando e vivendo dentro de uma determinada cultura.
Bem, se nascemos em diversos países diferentes, seríamos programados de forma
bem diferente baseado em nosso ambiente.
O teísta cristão se nascesse na
cultura islâmica, seria programado a aceitar o Deus islâmico, e o mesmo vale
para qualquer outra forma de crença, desde judeus, hindus, monges e etc.
Sabemos que quanto mais cedo ensinarmos nossas crianças, com maior facilidade
elas tendem a serem programadas a agir segundo está programação, porém se os
pais continuam a acreditar que ensinar seus filhos a seguirem seus passos é uma
boa ideia, então os pais estão falhando com seus filhos por priva-los do
ensinamento através da maturidade. Por causa disso, muitos pais falham com seus
filhos, a melhor parte é que muitos deles falham acreditando que estão fazendo
algo correto.
Isso me levanta a questão: Porque
mesmo sendo 'iguais', acreditamos em coisas tão diferentes?
Essa pergunta me incomodou por
muito tempo, até que compreendi e encontrei a resposta. Encontrei essa resposta
em psicologia e seus estudos sobre o cérebro.
Todos nós temos um mesmo
instrumento e este instrumento é capaz de adaptação a qualquer ambiente ao qual
estamos inseridos.
Todos nós acreditamos em algo, o
interessante é que o mesmo processo que gera a ‘crença’ em algo para um
Cristão, é o mesmo processo para um Judeu, islâmico, satanista ou qualquer
outra crença existente. Conforme o tempo passou descobri que um mesmo processo
era direcionado para objetos diferentes, desta forma transformando tal objeto
em algo necessário para aquele que acredita em tal objeto.
Essa é apenas um de diversos
outros processos. Quando descobri que, temos a mesma ferramenta porém
direcionada para objetos diferentes, meus olhos se abriram e pela primeira vez
pude ver que nenhuma DIVINDADE baseada neste processo existe. Isso quer dizer
que qualquer Deus aceito de forma pessoal, não importa qual seja, é uma forma
do individuo se conectar a uma ideia. Essa ideia seria intensificada acima de
outras ideias por este processo. Em muitos casos está ideia é tão intensificada
que se torna uma verdade absoluta. Torna-se algo que traz sentido de vida e não
conseguimos imaginar vivendo sem aquilo.
Sabendo que nosso cérebro é capaz
de coisas maravilhosas, não me surpreende que o mesmo seja capaz de nos fazer
acreditar em algo. Uma forma de testar o argumento oferecido é analisando as
pessoas ao nosso redor. Algumas vez já se questionou o porque de algumas
pessoas terem enorme valor e outras pessoas não terem tanto valor? Qual a
diferença entre o valor que sua mãe tem pra você, comparada as outras mães no
mundo?
Aqui temos um exemplo deste
processo. Após nascermos além da ligação biológica com nossos pais, temos
também a programação a partir do ambiente. Não conhecemos nada além do que
aquilo que sentimos. Sentimos o calor e o prazer da proteção de nossos pais.
Sentimos a dor e nos afastamos dela, buscando aquilo que nos traz maior prazer,
conforto e segurança.
Nossos pais se tornam uma das
primeiras programações que temos. Essa programação durará para toda vida de tal
forma que mesmo que alguém apareça dizendo possuir evidencias de que seus pais
não são seus pais, isso não faria diferença, pois a programação lhe obriga a
acreditar que seus pais são seus pais, mesmo que não sejam seus pais. Esse
vínculo criado entre o individuo e o objeto pai e mãe, foi intensificado ao
ponto que ultrapassou o limite emocional que conscientemente podemos controlar.
Toda vez que esse limite é ultrapassado tendemos a nos adaptar da melhor forma,
em outras palavras, tendemos a fazer exatamente aquilo que nos obriga
emocionalmente a fazer.
Cheguei a conclusão de qualquer
crença é subjetiva, da qual somente o processo que nos permite acreditar em
algo é verdadeiro. Qualquer ideologia, música, filosofia, verdades pessoais,
crenças limitantes, sentido de vida, entre diversas outras, nada mais é do que
um objeto ao qual o processo ‘acreditar’ foi direcionado.
Para os teístas, tal argumento é
impossível de ser aceito, já que os mesmo dizem que tudo provêm de deus. O
único argumento teísta válido contra este argumento, é dizer que uma
determinada divindade nos criou e que não possuí qualquer ligação conosco.
Porém, o ato de acreditar nesta divindade é um processo de individuo criando
vínculo com um determinado objeto ou ideia. Independente se este ser exista ou
não, o processo faz o individuo acreditar que tal ser exista.
O argumento pessoal e a Fé caem
por terra contra este argumento. Este argumento demonstra que a ‘Fé’ (convicção
+ esperança) nada mais é que um de diversos processos comuns em nosso cérebro, porém
para o teísta foi direcionado para a ideologia que segue, independente de qual
seja ela. O argumento pessoal é baseado na conexão entre o individuo e um
objeto ou ideia, porém novamente o processo por trás desse vínculo é algo
natural e todos nós temos, a diferença é que para o teísta é direcionado para
uma determinada ideologia. Novamente encontramos a mesma subjetividade no
resultado ao qual estes processos levam.
Por muito tempo sabia que tinha
algo errado com o argumento da Fé e o argumento pessoal. Descobrir o que é, pra
mim foi algo maravilhoso. Este processo leva diretamente para a não existência
de qualquer Deus ideológico ou qualquer Deus aceito como pessoal. Aquela velha
história teísta de que ‘somente porque não vemos algo não quer dizer que este
algo não exista’, finalmente caiu por terra. Pois o processo que gera a ideia
de que algo existe, faz o individuo conscientemente buscar uma razão para que
aquilo que não existe de fato venha a existir.
Qualquer deus ideológico ou
pessoal, não pode existir devido ao processo que nos faz acreditar que uma
determinada ideia é real. O processo de acreditar cada pessoa possuí, porém
cada pessoa direciona para uma determinada cultura, crença, filosofia,
ideologia e etc, porém temos muito mais em comum do que imaginamos. O que
demonstra que este processo funciona perfeitamente. Eis alguns exemplos:
Ø
Todos temos alguém que possuí enorme valor ao
qual mesmo com evidencias não seriam o suficiente para nos afastar de alguém
com este valor.
Ø
Todos nós temos ideologias e filosofias de vida,
o que demonstra que este processo funcionada perfeitamente.
A muito tempo cheguei a conclusão
de que ideias são subjetivas e finalmente entendi o porque. A ideia não é
importante, mas o processo que permite que está ideia se torne importante é o
que importa.
Com isso tenho mais do que o
suficiente para afirmar que Não existe qualquer Deus ideológico ou Pessoal.
Para negar este ponto, basta dizer que tais
processos não existem, porém se tais processos não existem, como você
acredita em seu Deus¿ Sem esses processos é impossível para qualquer individuo
acreditar em algum Deus, não importa qual seja este Deus.
Porém, lembrando do argumento do
conceito de Deus, demonstramos que deuses pessoais e ideológicos não existem,
porém não existe nada voltado a um projetista. Para finalizar quero que
compreenda que este projetista não necessita de adoração, não necessita de
nosso amor e muito menos se preocupa em dar amor. Ok¿ Forte Abraço.
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