Quando eu era religioso,
costumava compreender os desejos da carne como algo negativo. Os evitava.
Existem diversas questões ao qual as religiões apontam como desejos da carne,
como o desejo por sexo, o desejo por trair a mulher ou desviar-se da
fidelidade, a busca por dinheiro, entre outros.
A religião sempre tratou está
questão baseada naquilo que os antigos religiosos, do quais não possuíam o
conhecimento moderno, utilizavam para descrever aquilo que eles não
compreendiam. Eles utilizam a questão do espirito vs carne, como uma forma de
descrever que tudo que provem de deus é ‘espirito’ ou bom para o ‘espirito’ e
tudo que não é de Deus não é do espirito e sim da carne.
Por outro lado, essa questão do
espirito versus carne se compara a nossa luta da razão contra a emoção. A voz
da razão tende a estar em muitos casos em contraste com aquilo que sentimos,
principalmente em relação aos desejos. Saímos na rua, e mesmo que sejamos
casados nos sentimos atraídos por alguma pessoa. É normal e comum. Para os
religiosos eles chamam isso de tentação, porém, nada mais é do que uma
programação que todos nós temos. Da mesma forma que tal programação nos leva a
casar com alguém, continuamos a procurar inconscientemente essas
características pelas quais nos apaixonamos em outras pessoas.
Quando a emoção é intensificada
ultrapassando o limite do qual aguentamos conscientemente ou suportamos
conscientemente, tendemos a cometer algum erro, por exemplo, a traição. Por
outro lado, enquanto nossas emoções estão dentro de um limite que podemos
controlar conscientemente, tendemos a não nos entregarmos facilmente a traição.
Muitas pessoas ainda utilizam o
mesmo ponto demonstrado acima em questões diárias como:
- Entre o certo e o errado,
prefiro aquilo que me faz feliz.
Aqui temos uma posição em que a
pessoa tem maior preferência pelo que ela sente, do que por dar ouvidos a voz
da razão. Neste caso, se levarmos para uma visão religiosa, a mesma posição
acima, seria vista como desejos carnais tentando a pessoa para se afastar
daquilo que o espirito diz. Porém essa ideia nada mais é do que a voz da razão
enfrentando as intensificações emocionais.
Todos nós passamos por isso.
Todos nós temos desejos, vontades, porém a maturidade é nossa maior e melhor
ferramenta para lidar com nossas emoções. Quanto menor for o nível de nossa
maturidade, maiores as chances de seguirmos aquilo que sentimos e como
consequência cometer com frequência diversos erros. Porém, quanto maior o nível
de nossa maturidade, menor será a frequência com que cometemos erros, em
consequência vivemos melhor.
O intrigante é que a religião
utiliza equivocadamente este conceito. Eles ao invés de oferecerem ferramentas
adequadas para a pessoa lidar com suas emoções, eles dizem para entregar o
problema nas mãos de Deus. Deve ser por isso que tem milhões de pessoas dentro
das religiões que não lidam adequadamente com suas emoções. Qualquer problema
psicológico que poderia ser resolvido em uma consulta, os pastores e
representantes religiosos fazem durar dias, semanas ou meses.
A arrogância e a ignorância de
muitos pastores, trás enorme sofrimento as pessoas. Além de prolongar o
sofrimento, como ansiedade, dor emocional, vazio emocional, as religiões tendem
a negar a importância de diversos segmentos do conhecimento científico, como
consequência milhares de pessoas sofrem.
Através da ignorância e
arrogância de muitos pastores, milhares de pessoas se entregam ao que sentem,
pois é somente na fraqueza humana que a religião ganha força. A razão tende a
perder para aquilo que sentimos, já que aquilo que sentimos nos influência por
toda nossa vida.
Não existe segredos nas
religiões, aqueles que não a compreendem é porque não a conhecem adequadamente
e aqueles que de fato a conhecem, se afastam.
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