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segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

De que formas as Igrejas retardaram o progresso - Bertand Russel


Talvez julgueis que estou indo demasiado longe, quando digo que ainda assim é. Não julgo que esteja. Tomemos apenas um fato. Concordareis comigo, se eu o citar. Não é um fato agradável, mas as Igrejas nos obrigam a referir-nos a fatos que não são agradáveis. Suponhamos que neste mundo em que hoje vivemos, uma jovem inexperiente case com um homem sifilítico. Neste caso, a Igreja católica diz ‘Esse é um sacramento indissolúvel. Devem permanecer juntos por toda a vida’. E nenhum passo deve ser dado por esse mulher no sentido de evitar que dê a luz a sifilíticos. Isso é o que diz a igreja católica. Quanto a mim, digo que isso constitui uma crueldade diabólica, e ninguém cujas simpatias naturais não tenham sido embotadas pelo dogma, ou cuja natureza moral não esteja inteiramente morta a todo sentido de sofrimento, poderia afirmar que é justo e certo que tal estado de coisas deva continuar.


Este é apenas um dos exemplos. Há muitas outras maneiras pela qual a Igreja, no momento, com sua insistência sobre o que prefere chamar moralidade, inflige a toda espécie de pessoas sofrimentos imerecidos e desnecessários. E, naturalmente, como todos nós sabemos, é ainda, em grande parte, contrário ao progresso e ao aperfeiçoamento de todos os meios tendentes a diminuir o sofrimento no mundo, pois que costuma rotular de moralidades certas acanhadas regras de conduta que nada tem a ver com a felicidade humana – e quanto se diz isto ou aquilo deve ser feito, pois que contribuiria para a felicidade humana, eles acham que nada tem a ver, absolutamente, com tal assunto. ‘Que é que a felicidade tem a ver com a moral¿ O objetivo da moral não é tonar as pessoas felizes’.
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Item Reviewed: De que formas as Igrejas retardaram o progresso - Bertand Russel Rating: 5 Reviewed By: Gabriel Orcioli