Segundo alguns livros teístas
como a Bíblia, o Tanach e outros, a virtude é considerada como algo provido de
Deus. Há algum tempo analiso essa questão. Aqui demonstrarei os erros teístas
mais comuns.
Certa vez, entregue 100 reais
para duas mulheres e uma criança que estavam catando plásticos nas lixeiras.
Coloquei esse relato em diversos grupos. Então dois teístas, um Rabino e um
Cristão, ambos me oferecem textos, dizendo que minha atitude e intenção era
provida de Deus.
Fiquei bem chocado para falar a
verdade, quando ouvi tais versículos. Isso me lembrou como a religião manipula
as pessoas, trocando o certo pelo duvidoso.
Faço as palavras de Bertrand
Russel, minhas palavras: ‘É, na prática,
uma conduta que não agrada ao rebanho. Chamando-a de ‘Falta de Virtude’ e
elaborando um sistema moral complicado em torno de tal conceito, o rebanho se
justifica aos seus próprios olhos ao infligir castigo aos objetos de seu
próprio desagrado, ao mesmo tempo em que, já que o rebanho é virtuoso por
definição, isso exalta também o seu amor-próprio, no momento mesmo em que
liberta o seu impulso para a crueldade. Eis aí a psicologia do linchamento, bem
como das outras maneiras pelas quais os criminosos são punidos. A essência da
concepção da virtude, por conseguinte, é proporcionar uma saída para o sadismo,
apresentando a crueldade sob o manto da justiça.’
Existem duas formas de lidarmos
com a questão da virtude:
1.
Antes dos escritos Hebreus.
2.
Através da ideia de uma forma de manifestação
divina.
No primeiro caso, tendo a
analisar a questão antes de ser escrita qualquer coisa nos livros. Um dos
pontos é que, ser bom, era algo que as pessoas também seguiam antes mesmo de
tal virtude ser escrita em qualquer livro.
É como se o profeta, observasse
o mundo a seu redor, percebesse que as pessoas faziam a bondade mesmo que não
seguissem a crença da época. Porém, como o profeta não conseguia explicar o
porque pessoas que não seguiam a crença dele também eram boas, então eles
escreviam aquilo que estava dentro de seu entendimento. O que estava dentro do
entendimento dos profetas era que a bondade era provida de Deus, principalmente
porque eles não possuíam o conhecimento que temos hoje para analisar que de
fato, ser bom ou não, não tem nada a ver
com Deus.
O profeta utilizou aquilo que
ele acreditava para explicar o porque as pessoas eram boas mesmo não tendo
Deus. Se este profeta nascesse hoje, ele veria o seu equivoco.
No segundo ponto, muitas teístas
dizem que quando somos bons estamos fazendo a obra de Deus. Porém temos alguns
problemas. Como vimos acima, antes de qualquer livro ser escrito, as pessoas
faziam o bem e alguém aproveitou a deixa para utilizar está posição como uma
forma de evidenciar a Deus.
Bertrand Russel diz assim: ‘os profetas hebreus, os quais, afinal de
contas, segundos vossas próprias palavras, inventaram tal ideia. Há verdade
nisso: a virtude, na boca dos profetas hebreus, significava aquilo que era
aprovado por eles e por Jeová. Encontramos está mesma atitude expressa no Ato
dos Apóstolos, onde os Apóstolos começam um pronunciamento com as palavras : ‘
Porque pareceu bem ao Espírito Sando e a Nós’ (Atos XV, 28). Está espécie de
certeza individual quando aos gostos e opiniões de Deus não pode, porém,
constituir a base de nenhuma instituição. E essa sempre foi a dificuldade que o
protestantismo teve de enfrentar: um novo profeta podia afirmar que a sua
revelação era mais autentica que a de seus predecessores, e nada havia, no
panorama geral do protestantismo, que mostrasse que tal reinvindicação não era
válida. Por conseguinte, o protestantismo dividiu-se em inúmeras seitas, que
enfrentavam uma as outras - e há razão
para se supor que, daqui a cem anos, o catolicismo será o único credo a
representar efetivamente a fé cristã.’
Ele faz esse comentário
demonstrando como a ideia de Virtude está incorreta. Em primeiro lugar naquele
tempo se o profeta disse-se que Deus se Manifestava através dele, bem isso é
impossível de ser analisado se é verdade. Quando os teístas utilizam a ideia de
que Deus se manifesta através de seus filhos, eles aceitam assim como as
crianças acreditam em papai noel, através da Fé. Já demonstrei o porque a Fé é
um argumento inválido, por isso não colocarei o argumento aqui, tanto porque é
demasiadamente longo.
Para finalizar a questão sobre
as virtudes, sabemos que tal posição é provida pelas massa, ideologias,
filosofias, se uma determinada ideologia diz que é uma virtude matar Judeus,
como no Nazismo, logo matar os Judeus se torna algo bom, e não mata-los se
tornaria algo ruim e não virtuoso.
Quando na Bíblia ou Tanach diz
que fazer aquilo que Deus pede é o correto, logo tudo o que está escrito em
relação a Deus se torna algo virtuoso e adequado de seguir. Porém, tais
regras e Leis, da qual a virtude
religiosa é provida, é baseada em individuo que tinham influência moral sobre o
povo e tais indivíduos decretavam o que era virtuoso e o que não era virtuoso.
Tudo o que se encontra nesses
livros estão ali por um propósito. Tais palavras foram pensadas e repensadas
para que coubesse dentro daquilo que um pequeno grupo de pessoas desejavam.
Então, dentro desses livros escreveram que ser virtuoso é também fazer o bem,
porém com uma jogada de mestre, colocando está ideia como provida de uma
Divindade. Perceba que antes de ser escrita tal virtude, as pessoas já eram
boas e outras eram más, porém, como faziam parte da mesma ideologia, já que a
maioria do Povo de Israel acreditava em Deus, então os patriarcas utilizavam
aquilo que observavam a seu redor, e assim colocaram a ideia de virtude baseada
na maioria, como Russel diz.
Não é de se surpreender que em
qualquer sociedade a questão da maioria tem enorme influência em relação ao que
é virtuoso ou não. Para algumas pessoas retirar o clitóris de uma garotinha é
algo bom e virtuoso, porém para outras civilizações tal ato é banal e nem um
pouco virtuoso.
Para alguns Judeus pode ser algo
virtuoso seguir a Tanach, porém para os cristãos seguir a Tanach não é visto
como algo virtuoso. Assim como para diversas outras ideologias.
Toda Ideologia cria aquilo que
considera virtude e o que não considera virtude. Os países fizerem o mesmo em
Relação as suas Leis e Constituição. Em alguns países é ok uma garotinha de 6
anos se casar e ter relações sexuais com homens bem mais velhos, tal posição é
vista como virtuosa porém, para o resto do mundo tal posição é vista como não
virtuosa, da qual daria prisão por pedofilia.
A questão da Virtude é utilizada
como uma forma de alguma ideologia ou filosofia dizer o que é bom ou mal. Porém
qualquer ideologia ou filosofia que não busque os níveis mais elevados de
maturidade, possuirá virtudes não agradáveis para o resto do mundo.
Por isso, acredito eu, temos
demonstrado que ser bom, não é algo provido de Deus, tanto porque para que algo
se torne algo virtuoso deve ser aprovado primeiro pela maioria das pessoas,
seja dentro de culturas, ideologias ou filosofias. O ser humano pode ser bom,
sem precisar de nenhuma ideologia dizendo que é uma virtude provida de Deus. E
honestamente, pessoas que se utilizam da virtude como uma prova da existência
de Deus ou algo provido de Deus, está demonstrando o quão tolo e ignorante é.
Caso tal individuo não fosse, não utilizaria a virtude como algo provido de
Deus.
Pra mim, tal posição teísta é
uma piada de mal gosto, que de tanto repetida se tornou uma verdade absoluta.
Talvez o mundo comece a melhorar conforme as pessoas forem abrindo os olhos
para questões importante e abraçando a razão como a melhor resposta para
explicar o mundo ao nosso redor.
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